Memória (Foto: Freepik)

Saúde

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Especialistas revelam práticas eficientes para preservar a memória

Neurologistas explicam que uma boa rotina de sono e uma alimentação adequada são fatores diários que contribuem para proteger a memória e diminuir o risco de declínio cognitivo

A memória é uma das funções mais delicadas do cérebro e, muitas vezes, é a primeira a indicar que algo não está em equilíbrio. Embora esquecimentos pontuais sejam comuns, sobretudo em momentos de estresse, excesso de tarefas ou fadiga, especialistas destacam que manter a cognição saudável exige atenção e cuidados constantes.

Segundo o neurologista Flávio Sekeff Sallem, do Hospital Japonês Santa Cruz, a memória necessita de estímulos contínuos. Hábitos como leitura diária, aprendizado de novas habilidades, convivência social, prática regular de exercícios e uma alimentação balanceada contribuem para manter o cérebro ativo. “O cérebro não é um músculo, mas precisa ser estimulado todos os dias”, explica.

Ele ressalta ainda que o sono desempenha papel crucial na consolidação das memórias. Durante o repouso, o cérebro organiza as informações recebidas e transforma os aprendizados do dia em registros permanentes. De acordo com Sekeff, noites mal dormidas comprometem esse processo.

“É como se o cérebro pulasse essa etapa. Acabamos registrando menos informações e ficamos mais dispersos”, explica. A privação prolongada de sono contribui para irritabilidade, perda de atenção e quedas perceptíveis no desempenho cognitivo.

Como proteger a memória e a saúde mental

O neurologista e nutrólogo Rubem Regoto lembra que até aspectos muitas vezes ignorados na rotina, como a hidratação, têm impacto direto na memória.

Segundo ele, até mesmo uma leve desidratação já é suficiente para prejudicar as funções cognitivas. “Uma redução de apenas 1% a 2% da água corporal pode comprometer a memória de curto prazo, a concentração e a agilidade mental”, afirma.

Como o cérebro é formado por aproximadamente 75% de água, qualquer queda nesse equilíbrio interfere na circulação sanguínea e reduz o transporte de oxigênio para o órgão — fator que afeta seu funcionamento de forma indireta. Por isso, manter uma boa hidratação é considerado um dos passos mais básicos e importantes para preservar a memória.

Além de manter o corpo hidratado, incorporar movimento à rotina é fundamental para a saúde cerebral. Sekeff explica que a prática de exercícios melhora a circulação, reduz processos inflamatórios e estimula substâncias que atuam na proteção dos neurônios.

Caminhadas frequentes, por exemplo, já contribuem para diminuir o risco de declínio cognitivo. “Caminhar 30 minutos por dia ajuda a proteger o cérebro e reduz a probabilidade de doenças como o Alzheimer”, afirma.

A alimentação também desempenha um papel central nesse cuidado. Peixes, azeite, oleaginosas, frutas e verduras fornecem nutrientes essenciais para o bom funcionamento das sinapses e da memória.

Por outro lado, dietas carregadas de açúcar, frituras e ultraprocessados favorecem processos inflamatórios e podem comprometer a memória. “O que consumimos se transforma no combustível do cérebro — e ele percebe quando a qualidade desse combustível piora”, observa Sekeff.

Quando o esquecimento é incomum?

Esquecer nomes ocasionalmente ou não lembrar onde guardou um objeto é normal. No entanto, alguns sinais exigem atenção. Especialistas recomendam buscar avaliação médica quando as falhas de memória tornam-se frequentes e progressivas, começam a interferir nas atividades cotidianas, surgem acompanhadas de desorientação ou quando a pessoa passa a repetir perguntas e apresenta mudanças de comportamento.

Quanto mais cedo esses sintomas são investigados, maiores as chances de manter a cognição preservada — seja por meio de tratamento, seja retardando o avanço de doenças como o Alzheimer.

Um conjunto de hábitos como sono adequado, alimentação equilibrada, prática de exercícios, leitura, aprendizado constante, interação social e hidratação formam a base mais eficaz para manter a memória em bom estado.

Quando incorporados de maneira regular, esses comportamentos ajudam a fortalecer o cérebro, melhorar o desempenho cognitivo e preservar a autonomia ao longo dos anos.

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