Pesquisas recentes indicam que a alimentação exerce papel direto no odor corporal. Segundo estudos da Cleveland Clinic, Sweat Clinic e da Universidade Macquarie, na Austrália, o que é consumido pode modificar tanto a intensidade quanto o aroma do suor, tornando o cheiro mais ou menos agradável dependendo da dieta habitual.
O levantamento explica que o suor, por si só, não possui cheiro. O odor surge quando ele entra em contato com bactérias que vivem na pele, especialmente em áreas com maior concentração de glândulas apócrinas, como axilas e virilha. A composição química do suor muda de acordo com os alimentos ingeridos, e com isso, o cheiro também se altera.
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Alimentos com alto teor de compostos de enxofre, como alho, cebola e repolho, podem gerar odores mais intensos, já que seus elementos voláteis são eliminados pelos poros. Especiarias como curry, cominho e feno-grego também contribuem para aromas marcantes, pois os óleos essenciais permanecem na pele e roupas.
Além disso, carne vermelha pode intensificar o odor corporal. As proteínas liberadas durante a digestão interagem com as bactérias da pele, resultando em cheiro mais perceptível. Bebidas alcoólicas também podem influenciar, já que o metabolismo do álcool produz ácido acético, expelido pelo suor e pela respiração.
Estudos australianos demonstraram o impacto da dieta no odor corporal de forma sistemática. Na pesquisa “cheiramos o que comemos”, 40 homens não fumantes seguiram protocolo controlado sem sabonetes, perfumes ou desodorantes. Camisetas usadas durante exercícios foram analisadas por nove mulheres, que avaliaram intensidade e agradabilidade do cheiro. Participantes que consumiram frutas e vegetais apresentaram aroma mais agradável, com notas doces ou florais, enquanto os que ingeriram carne, ovos ou soja tiveram odor mais forte e menos atrativo. Dietas ricas em carboidratos refinados receberam as piores avaliações.
A descoberta, publicada na revista Evolution and Human Behavior em 2017, reforça que o odor corporal pode indicar saúde e estado metabólico. Estudos sugerem que o olfato funciona como mecanismo evolutivo na seleção de parceiros, com mulheres sensíveis a aromas agradáveis de dietas ricas em vegetais, que sinalizam melhor saúde e atratividade biológica.
Em resumo, a alimentação molda o cheiro do corpo. Opções ricas em enxofre, gorduras e álcool tendem a intensificar odores, enquanto frutas, vegetais e proteínas de qualidade promovem aromas suaves e naturais, influenciando a percepção dos outros sobre o corpo.








