A forma como consumimos notícias mudou radicalmente nas últimas décadas. Se antes a televisão era a principal fonte de informação para milhões de pessoas, hoje plataformas como TikTok, Twitter e Instagram estão moldando a maneira como percebemos e interpretamos os acontecimentos do mundo. Mas como essa transformação aconteceu? E quais são as consequências desse novo modelo de consumo informacional?
O domínio da TV e a chegada da internet
Durante grande parte do século XX, os telejornais eram soberanos. No Brasil, o Jornal Nacional, da TV Globo, foi — e ainda é — uma referência no jornalismo televisivo, alcançando milhões de lares diariamente. As pessoas sentavam no sofá, assistiam às manchetes e discutiam os principais acontecimentos do dia no trabalho ou na mesa de jantar. O rádio também tinha seu papel, mas a televisão consolidou-se como o veículo mais influente.
A internet, no entanto, começou a mudar esse cenário nos anos 2000. Portais de notícias como G1, UOL e Folha Online passaram a oferecer informações em tempo real, superando a limitação dos telejornais, que precisavam esperar até um determinado horário para transmitir as notícias. Com o tempo, os jornais impressos perderam espaço, e a informação passou a ser acessada diretamente da tela do computador.
Embora a televisão pela Internet e os serviços de streaming tenham começado a dominar, eles têm certas limitações. Por exemplo, você só pode assistir a transmissões que estão disponíveis no seu país. Mas se você baixar aplicativos VPN para PC ou TV, poderá resolver a situação. Um excelente exemplo é o VeePN, que tem servidores em 60 países. Isso significa que o VeePN pode desbloquear conteúdo da maioria dos países do mundo e oferece aplicativos VPN para todos os dispositivos populares.
A ascensão das redes sociais como fontes de informação
Com a chegada do Facebook, Twitter e, mais tarde, Instagram, o consumo de notícias sofreu mais uma mutação. As pessoas deixaram de buscar informações em portais e passaram a depender do que aparece no feed. A lógica do consumo mudou: em vez de procurar a notícia, o usuário passou a esperar que ela chegasse até ele, muitas vezes compartilhada por amigos ou influenciadores.
Um levantamento do Reuters Institute for the Study of Journalism mostrou que, em 2022, 49% dos brasileiros consumiam notícias principalmente através das redes sociais, um percentual maior do que aqueles que recorriam diretamente a sites de notícias. Isso representou uma mudança drástica na relação com a informação: velocidade e acessibilidade passaram a ser mais importantes do que profundidade e análise.
O impacto do TikTok no jornalismo digital
E então veio o TikTok, mudando novamente as regras do jogo. Inicialmente uma plataforma voltada para dublagens e danças, o aplicativo se tornou um espaço onde jornalistas independentes, veículos tradicionais e criadores de conteúdo competem por atenção em vídeos curtos, diretos e muitas vezes sensacionalistas.
A geração Z, que já nasceu conectada, encontra no TikTok um meio mais dinâmico de se informar. Em vez de longos textos ou reportagens extensas, vídeos de 30 segundos resumem acontecimentos complexos. Isso pode ser eficaz para manter o público atualizado, mas levanta preocupações: o excesso de superficialidade pode comprometer a compreensão dos fatos? A fragmentação da informação pode levar a distorções?
Segundo um estudo da Ofcom (órgão regulador de comunicações do Reino Unido), a porcentagem de jovens britânicos de 12 a 15 anos que usam o TikTok como principal fonte de notícias saltou de 11% em 2020 para 28% em 2022. Esse crescimento ilustra um fenômeno global: o abandono dos formatos tradicionais de jornalismo em favor de conteúdo rápido e fácil de digerir.
Riscos e desafios do novo modelo de consumo
A era digital trouxe vantagens inegáveis. A informação nunca foi tão acessível, permitindo que qualquer pessoa, em qualquer lugar, acompanhe os acontecimentos em tempo real. No entanto, essa revolução também trouxe desafios inéditos.
- Propagação de fake news – Com a descentralização da informação, cresceu também a disseminação de desinformação. O WhatsApp e o Telegram tornaram-se terrenos férteis para teorias da conspiração e notícias falsas, muitas vezes impulsionadas por algoritmos que favorecem o engajamento acima da veracidade.
- Falta de credibilidade – Nem toda fonte que viraliza nas redes é confiável. Muitas vezes, influenciadores sem formação jornalística ganham mais relevância do que veículos consolidados.
- Bolhas informacionais – O conteúdo personalizado dos algoritmos pode fazer com que os usuários fiquem presos em bolhas ideológicas, consumindo apenas notícias que reforçam suas crenças pré-existentes. Isso reduz o debate saudável e a diversidade de opiniões.
Por outro lado, há benefícios que não podem ser ignorados. O novo modelo de consumo democratizou o jornalismo, dando voz a pequenos veículos e jornalistas independentes. Em países com regimes autoritários, redes como o TikTok permitem que informações censuradas pelos governos alcançam milhões de pessoas.
O futuro das notícias na era digital
A pergunta que fica é: para onde estamos indo? Se a TV já foi a principal fonte de informação e hoje o TikTok assume esse papel para muitos jovens, o que virá depois?
A tendência aponta para a fusão entre diferentes formatos. Podcasts jornalísticos, como os do Café da Manhã (Folha de S.Paulo), crescem entre os que buscam informação detalhada. O jornalismo investigativo, embora menos popular, mantém sua relevância em portais como The Intercept e Agência Pública. O TikTok e outras redes sociais continuarão a ser protagonistas, mas a necessidade de credibilidade pode impulsionar novas formas de curadoria de conteúdo.
Uma coisa é certa: o consumo de notícias nunca mais será o mesmo. Estamos vivendo uma revolução informacional, e adaptar-se a ela é essencial – tanto para os consumidores quanto para os produtores de conteúdo.