Na tentativa de promover uma maior proximidade entre o presidente Lula (PT) e o setor do agronegócio brasileiro, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), tem desempenhado um papel central. Em uma entrevista ao jornal O Globo, Fávaro refutou a noção de que Lula não estaria alinhado com os interesses dos ruralistas, enfatizando que a falta de diálogo anteriormente era resultado da resistência por parte do setor.
Fávaro ainda declarou: “Para nós, a eleição acabou”. De acordo com o Ministro, o governo de Bolsonaro influenciou a forma que o setor agrícola reagiu a Lula – uma vez que o período eleitoral foi repleto de animosidade e intolerância.
“Saímos da eleição com animosidades muito afloradas, uma intolerância nunca vista. Bolsonaro conseguiu fazer com que o setor esquecesse como foi o período de Lula. Falavam de insegurança jurídica, invasão de terra, direito de propriedade. Lula foi presidente por oito anos e nada disso foi precarizado. Mas não adiantava dizermos que seríamos bons. Não queriam ouvir. Como um governo que não gosta do agro faz o maior Plano Safra da história?”, completou.
Entretanto, Carlos Fávaro já percebe e aponta a mudança de postura de parte do setor em relação ao presidente: “Já vemos notícias de que o agro está dividido, que o pessoal do biocombustível está do lado do governo. É questão de tempo. A gente vai trabalhando”.
O ministro criticou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Ele disse que o presidente do grupo, o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), ainda parece estar falando como se estivesse em campanha, ao atacar o governo por não cumprir promessas para o setor.
“É um governo democrático, que entende a manifestação. Claro que, se alguém invadir terra produtiva, tem que ser coibido. Agora, querer ter um pedaço de chão é legítimo. Defendo o direito de propriedade para todos, para quem tem e para quem não tem. Não precisa ser tirando de A em detrimento de B. O presidente da FPA faz isso porque tem de ter o discurso de oposição. Talvez ele ainda esteja no palanque (…)A FPA se retroalimenta com o discurso de que o governo não gosta do agro. Para nós, a eleição acabou. A próxima é em 2026. Não é para fazer churrasco e fazer espuma, é para debater. Minha porta está aberta”, finalizou.
Fonte: Brasil247