O governo adiou para a próxima semana o lançamento do Plano Safra 2024/2025, anteriormente agendado para hoje (26). A cerimônia foi remarcada para 3 de julho devido à falta de tempo para organizar o evento, apesar de estar programada há tempos. A decisão, tomada em reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), gerou indignação entre os ruralistas. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu nota criticando a desorganização do governo federal. As informações são do Correio Braziliense
A FPA lamentou “o adiamento do Plano Safra 2024/2025, numa total demonstração de desorganização e ineficiência do governo federal. Importante ressaltar que os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira semana de vigência do plano”, destacou a entidade. O atual Plano Safra expira em 30 de junho, deixando um intervalo sem cobertura até o anúncio do novo programa.
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Paulo Teixeira tentou amenizar a situação, afirmando: “Quero fazer uma grande mobilização, aqui em Brasília, na próxima semana, com os agricultores familiares. Vamos trazer máquinas, vamos encher a Esplanada”. No entanto, a declaração não foi suficiente para acalmar a FPA.
Problemas no arroz
Recentemente, o leilão para a compra de arroz importado foi adiado, apesar da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) assegurar que a safra gaúcha já havia sido colhida e não havia necessidade de importação. Além disso, a medida provisória que limitaria o uso dos créditos do PIS/Cofins foi devolvida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), alimentando mais críticas ao governo.
Fávaro havia anunciado que o lançamento do plano seria em Rondonópolis, Mato Grosso, maior produtor de grãos do país. No entanto, o governo mudou os planos para evitar manifestações políticas, já que o estado é um dos redutos do bolsonarismo. O Plano Safra é um pacote anual de financiamentos dividido em duas partes: uma para o agronegócio e outra para os agricultores familiares. Ambas serão anunciadas no mesmo dia, mas em eventos separados. O setor espera um aporte recorde de R$ 570 bilhões, superando os R$ 364,22 bilhões do ano passado.
A CNA sugere que do montante previsto para o biênio 2024/2025, R$ 470 bilhões sejam destinados aos médios e grandes produtores, e R$ 100 bilhões para os agricultores familiares. Entretanto, o governo estima um valor total de R$ 532 bilhões para o programa.