Mulher preparando o chá (Foto: Freepik)

Saúde

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Infusão de flor do Cerrado ajuda a reduzir azia e sensação de inchaço

O chá ganhou destaque por ajudar a aliviar problemas de digestão e complementar o tratamento contra a bactéria Helicobacter

A infusão de flor do Cerrado, chá de mangava-brava, vem atraindo atenção tanto em pesquisas científicas quanto na fitoterapia. Tradicionalmente usado como cicatrizante e para aliviar problemas digestivos, o extrato da planta também apresenta potencial como complemento no combate à bactéria Helicobacter pylori, responsável por gastrite, úlceras e até câncer de estômago.

Analisada há anos pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a mangava-brava (Lafoensia pacari) foi tema da tese de doutorado de Valfredo da Mota, em 2006. O estudo clínico analisou o efeito do extrato da planta no tratamento da H. pylori e apontou que, embora a bactéria não tenha sido erradicada, os pacientes registraram alívio significativo de sinais como dores abdominais e azia.

Apesar de existirem cápsulas com extrato padronizado da mangava-brava para pesquisas, o consumo popular ainda se dá principalmente na forma de chá. A planta contém substâncias como taninos e flavonoides, que apresentam efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.

Segundo o professor de nutrição Leandro Rodrigues da Cunha, da Universidade Católica de Brasília, a padronização do extrato ainda enfrenta desafios, mas seu uso como recurso fitoterápico mostra-se eficiente.

O uso da mangava-brava como complemento no tratamento da H. pylori ainda precisa ser melhor investigado. “São necessários novos estudos com doses mais elevadas, períodos mais longos e, principalmente, a associação com antibióticos, para compreender seu papel como coadjuvante na erradicação da bactéria”, afirma especialista.

Vantagens de consumir o chá de mangava-brava

1- Alívio da azia e da queimação;

2- Redução da sensação de estufamento;

3- Efeito anti-inflamatório no estômago;

4- Melhora de náuseas leves;

5- Possível ação cicatrizante da mucosa gástrica;

6- Auxílio na digestão em casos de dispepsia func uxílio na digestão em casos de dispepsia funcional;

7- Potencial como complemento à terapia tradicional no tratamento de H. pylori

O chá de mangava-brava surge como uma opção fitoterápica promissora para aliviar desconfortos gástricos leves, podendo ser usado como complemento a ajustes na alimentação e ao tratamento médico tradicional.

Especialistas, porém, reforçam que a bebida não substitui o uso de antibióticos e inibidores de bomba de prótons, que permanecem essenciais para eliminar a H. pylori e tratar corretamente distúrbios gástricos mais graves.

Como preparar a infusão de mangava-brava

Para preparar o chá serão necessários uma colher de sopa da casca de mangava-brava seca e triturada e 250mL de água.

Modo de preparo:

Ferva a água e retire do fogo antes de adicionar a casca da mangava-brava. Tampe a bebida e deixe em infusão por cerca de 10 minutos. Coe o chá e consuma ainda morno, até duas vezes ao dia, por no máximo 14 dias.

Especialistas recomendam não ingerir o chá em jejum absoluto se houver tendência a náusea. Além disso, o consumo deve ser feito com intervalo mínimo de duas horas em relação a medicamentos ou suplementos, para não comprometer a absorção de nutrientes ou fármacos.

Cuidados e restrições do chá de mangava-brava

Embora apresente benefícios digestivos, o chá de mangava-brava não é indicado para todos. Gestantes, pessoas com alergia a plantas ou taninos, e indivíduos com doenças graves do trato gastrointestinal — como hemorragias, perfurações ou que tenham passado por cirurgias recentes — devem evitar o consumo.

Entre os efeitos colaterais possíveis estão náusea, vômito, dor abdominal e pequenas reações na pele.

A nutricionista Giovana Ferolla, do Hospital Municipal Universitário de Taubaté, ressalta que ainda são necessários estudos com maior número de participantes, diferentes métodos de extração da planta e acompanhamento prolongado dos efeitos nos pacientes.

“O principal desafio é padronizar o extrato da mangava-brava, assegurando qualidade, estabilidade e quantidade correta, antes que seu uso seja potencializado na prática clínica”, afirma a especialista.

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