Foquinha recebeu Lucas Silveira, da Fresno, no novo episódio do Foquinha Entrevista. O videocast coproduzido com a Farra foi ao ar na última quinta-feira (21). Uma das faces do estilo emo no Brasil, Lucas fala do novo álbum da banda e também do reconhecimento tardio do movimento, em que fãs do estilo esgotam estádios como Allianz Park para assistirem bandas como NX Zero e participarem do festival I Wanna Be Tour. ENTREVISTA COMPLETA NO FIM DA MATÉRIA.
“Quando a gente descobriu a ideia ainda estavam especulando que bandas iriam entrar [no line-up], mas quando lançou o evento falei ‘nossa, é muita banda’. Englobou bandas desse rolê emo pop-punk de várias gerações, então tem coisas que nem eu cheguei a ouvir e são muito recentes, mas também tem coisa de 20 anos atrás que tocava nas nossas festinhas”, contou Lucas sobre quando ficou sabendo da ideia e viu os artistas envolvidos.
Ele também revelou que as bandas internacionais escaladas ficaram “apavoradas” com o alcance dos grupos e artistas brasileiros, que desde o início não os viram como atrações menores e sim como iguais. “Um show da Pitty, por exemplo, é um que vai ter 13 hits e se ela quiser ela emenda 20, e meio que nenhuma banda dessas emos grandes tem esse número de hits no Brasil. Então eles ficaram apavorados de um jeito muito bom e muito rápido começou a ter uma interação grande”, explica.
Sobre sua participação no show do The Used no festival, Lucas contou que o grupo avisou o horário que estariam ensaiando a música que tocariam com ele no palco e viram que ele “sabia a música de trás para frente”. “Falaram que ‘ah vai ser muito incrível’. Tanto que foi só em São Paulo, em Curitiba eu quis assistir o show deles lá da frente, do palco não dá para ouvir nada direito. Aí o guitarrista, Joey, falou ‘você vai tocar em todos né?’ E eu vou falar não para os caras?”, relembrou aos risos. Dos cinco shows do festival, tocaram juntos em três, mas Lucas destaca como é uma experiência que jamais imaginaram que poderia acontecer, ainda mais que surgisse uma amizade disso: “eles estavam agora na Colômbia dando entrevista e o Bert, vocalista, estava com uma camiseta da Fresno”.
Recentemente a Fresno anunciou um novo álbum, o “Eu Nunca Fui Embora” para 5 de abril, sucessor do “Vou Ter Que Me Virar” de 2021. Ao tratar das inspirações por trás do disco, Lucas fala que as músicas surgiram no pós-pandemia e depois da apresentação da banda na edição de 2022 no Lollapalooza, que foi um ponto de virada importante para o grupo. “Fiz quarenta anos ano passado, tenho uma filha de 8, o Vavo [guitarrista] tem dois filhos, o mundo é outro já até em relação ao pré-pandemia, a gente vinha falando de questões muito internas e nossas de saúde mental e agora parece que algumas coisas já foram semi-superadas e vão surgindo outras coisas [para falar]”.
Sonoramente, Lucas afirma que é o trabalho mais emo da Fresno em anos, voltado para guitarra e baixo, uma volta às origens após uma série de lançamentos experimentais e com mudanças na sonoridade do grupo que estreou com “Quarto dos Livros” em 2003.
O disco será lançado em duas partes, em que na primeira há a participação da Pabllo Vittar na canção “Eu Te Amo / Eu Te Odeio (Ioiô)”, uma interpolação de uma música do Trem da Alegria, e Lucas falou da intersecção de público com a cantora. “Uma grande parte dos nossos fãs é fã da Pabllo. […] Na minha cabeça, tem um negócio que é inseparável da Pabllo de sonoridade que é sempre muito divertido. Tem uma ou outra música de sofrência e mesmo assim vai para um lado mais divertido, uma coisa que em músicas da Fresno super não têm”, afirma. VEJA A ENTREVISTA ABAIXO.