É impossível falar do samba sem falar de Leci Brandão! Em entrevista exclusiva ao FEED NEWS, a cantora abordou a sua trajetória – da música à política – e o carinho e gratidão pelo público de São Paulo, além de falar um pouco mais sobre o musical que ganhou em sua homenagem.
Repleta de feitos na sua icônica carreira, Leci Brandão revelou se ainda existe algum sonho que ela deseja cumprir. A sambista citou que o musical era uma das únicas coisas que ainda faltavam em sua carreira. “Eu acho que o grande sonho meu foi ter tido esse convite”, disse ela, se referindo ao musical. “Eu fiquei assim, eu chorei muito, fiquei muito emocionada (…) Só faltava isso. Tudo já tinha acontecido comigo”.
A artista ainda chama atenção para os assuntos abordados no musical, incluindo o seu lado religioso e sua ancestralidade – que mesmo sendo criada na igreja católica, se encontrou em religiões de matriz africana. “Assumo isso de forma muito natural, não faço estardalhaço. Eu não sou uma pessoa de fazer parafernalha em nada, eu sou muito tranquila, muito simples. As pessoas às vezes se espantam pela minha tranquilidade, pela minha simplicidade. A gente não precisa ser nada além, a gente precisa ser a gente. Eu sou assim”.
Leci Brandão relata que existem coisas na peça que sequer a grande mídia devia saber e que a surpreenderão. “Fiquei surpreendida com as coisas que eles foram buscar (…) Comecei a falar pra todo mundo: gente, vocês precisam assistir essa peça, porque tá muito legítima, muito autêntica”.
Em seguida, a artista menciona a gratidão a São Paulo, onde a maior parte das coisas boas aconteceram, segundo ela. “Embora eu seja uma carioca de Madureira, eu tenho muita gratidão. Muito carinho mesmo por São Paulo. Porque foi um estado que, tudo o que aconteceu comigo de bom foi aqui”.
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Apesar de ter um trabalho artístico politizado, Leci, que já foi homenageada até mesmo pela Acadêmicos da Tatuapé, conta que não previu seu envolvimento na política, mas acabou sendo eleita deputada estadual mais de uma vez. “Eu não queria ser candidata, eu não queria entrar nessa coisa da política. Eu fiquei muito desconfiada. Falei, ‘não, o meu nome acho que já é conhecido pela minha arte’. Eu sempre na minha arte procurei defender as pessoas. Fiz da arte uma forma de poder ter um trabalho comunitário, um trabalho politizado, um trabalho voltado para as questões que ninguém gosta de falar”
E continuou: “Eu sempre peguei as minorias, eu sempre falei de assuntos que ninguém queria falar. Então eu acho que isso, a minha construção artística, principalmente compositora, fizesse com que o pessoal de São Paulo prestasse mais atenção em mim até mais que o Rio de Janeiro. Comecei a ser procurada por vários movimentos, e pessoal de comunidade, e movimento de educação, de cultura, LGBTs (…) Então eu também sou muito marcada por isso, por ter feito uma música pra um público que era um público totalmente excluído”.
Ao entrar na política, Leci conta que muitos caminhos diferentes se abriram. Além disso, as pessoas queriam saber se ela defenderia tudo aquilo que cantava. Leci Brandão se consagrou como a segunda mulher negra a entrar na Assembleia Legislativa de São Paulo como deputada estadual.
Por fim, Leci ainda ressaltou que nunca negou colaborações com artistas desconhecidos: “O fato de eu também aceitar gravar com grupos que não era conhecidos pesou muito, porque eu nunca neguei minha participação em trabalho artístico. Pra mim todo mundo é artista, que ninguém começa fazendo sucesso, todo mundo parte lá debaixo”, disse. “Minha vida é muita coisa, muita coisa positiva”. Veja o vídeo abaixo: