A Embraer está em fase de regulamentação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para seus “carros voadores“, com quase três mil encomendas e previsão de início de operação em 2026.
Recentemente, a agência lançou uma consulta setorial para receber sugestões e ideias visando à certificação dos “eVTOLs” (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical) fabricados pela empresa brasileira.
Um desses modelos é o EVE-100, produzido pela Eve Air Mobility, empresa de mobilidade urbana da Embraer, em Taubaté (SP). O objetivo é tornar os voos urbanos mais acessíveis à população.
A consulta setorial, aberta até a próxima sexta-feira (15) e disponível no site oficial da agência, busca reunir comentários sobre os critérios de aeronavegabilidade estabelecidos para o modelo da Eve.
A Anac esclareceu, em entrevista ao G1, que aceitará comentários sobre diversos aspectos, incluindo peso e centro de gravidade, estruturas, características de navegação, segurança contra incêndios, teste de durabilidade de equipamentos e conteúdo do manual de instalação e operação do motor.
Após a consulta, a Anac analisará as informações recebidas e considerará quais delas podem ser incorporadas ao regulamento final utilizado nas certificações.
Atualmente, os “eVTOLs” carecem de um regulamento específico devido à sua novidade na aviação. Portanto, os critérios de aeronavegabilidade para os “carros voadores” da Embraer serão baseados nos requisitos estabelecidos nos Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC), de acordo com a Anac. Fernando Capuano, especialista em aviação, destaca a importância dessa consulta, uma vez que trata-se de uma novidade sem regulamentação específica para certificação.
“Cada modelo de aeronave precisa seguir critérios internacionais e específicos do país onde são fabricados. Mas com os carros voadores tudo é uma grande novidade. É uma nova categoria, que não existia até hoje. Ainda não existe um conjunto de regras para os ‘eVTOLs’ e para o EVE-100”, explica ele.
Por fim, conclui: “Então é preciso criar um conjunto de regras e normas quando surge uma nova categoria. E essa consulta serve para provocar discussões e deixar as pessoas que têm interesse na área falar e sugerir ideias. O momento delas é esse. Isso é muito importante, pois há de se ter muito cuidado na formação desse tipo de regulamento”.
Fonte: G1