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Produção sustentável no Cerrado pode ser solução para crise ambiental e gerar PIB de US$ 72 bi

O bioma se destaca pelas quantidades de áreas destinadas à agricultura brasileira

Um relatório do Fórum Econômico Mundial, em colaboração com a consultoria britânica Systemiq, destaca que um novo modelo de produção sustentável no Cerrado pode resultar em um acréscimo de US$ 72 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro anualmente até 2030.

O estudo intitulado “Cerrado: Produção e Proteção” analisa que, mediante a restauração de terras degradadas e a expansão de áreas protegidas, o bioma poderá adotar um sistema de agroindústria renovado. Este novo paradigma inclui práticas como a agricultura regenerativa, que não apenas aumenta a produtividade nas plantações, mas também promove condições mais favoráveis para a produção de alimentos, impulsionando a criação de empregos.

Além do setor alimentício, existe um considerável potencial para a geração de bioenergia no Cerrado, proveniente de plantas e outros recursos naturais. Um terço das usinas de biogás do Brasil está situado nesse bioma. Para completar, o mercado de combustíveis sustentáveis para aviação e hidrogênio verde está crescendo, mas precisa ser monitorado para evitar desmatamento. O Fórum Econômico Mundial propõe um novo modelo de produção sustentável que requer colaboração público-privada, especialmente na cadeia de alimentos.

No Cerrado, onde ocorre 60% da produção agrícola brasileira, incluindo gado, cana-de-açúcar, milho e soja, há uma preocupação crescente devido ao aumento do desmatamento. A produção agrícola é o principal fator desse desmatamento, com metade da vegetação nativa já eliminada. O desmatamento crescente, que aumentou 43% no último ano, pode impactar a cadeia global de alimentos se continuar no mesmo ritmo.

“O Cerrado é a maior e mais biodiversa savana do mundo e, por isso, um dos ecossistemas mais importantes do planeta. No entanto, recebe pouca atenção e menos proteção legal do que precisa. Isso resultou em significativa degradação e uso não sustentável da terra, o que representa uma grande ameaça à segurança alimentar de bilhões de pessoas em todo o mundo”, indica Jack Hurd, diretor executivo da Tropical Forest Alliance.

Patrícia Ellen da Silva, da Systemiq Brasil, destaca que o Brasil está bem posicionado para liderar na luta contra as mudanças climáticas, especialmente com a proximidade da COP30 em Belém e a presidência do país no G20.

“O Cerrado deve estar no centro da transformação global dos sistemas alimentares e da produção de energia, bem como das estratégias e tecnologias de conservação da natureza. Essa não será uma tarefa simples, mas ao aumentar a conscientização sobre a importância do bioma e a conexão entre produção e proteção, este documento nos colocará no caminho para um Cerrado mais sustentável”, finalizou.

Fonte: Exame

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