Macaúba (Foto: Samucajor/ Pixabay)

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‘Macaúba’: Conheça a palmeira capaz de regenerar pastos

A espécie brasileira se torna esperança sustentável e atrai investimentos


A macaúba, uma palmeira nativa do Brasil, com altura impressionante de até 25 metros, está emergindo como uma promissora fonte para a produção sustentável de óleo vegetal e combustível para a aviação.

Este vegetal versátil não apenas exibe uma notável produtividade em seu cultivo, mas também oferece uma série de benefícios adicionais que a destacam como uma alternativa estratégica às espécies convencionais usadas na produção de biocombustíveis e óleos vegetais, como a soja e o dendê.

Ao contrário da soja, a macaúba apresenta uma produtividade significativamente maior, tornando-se uma escolha mais eficiente. Além disso, seus frutos, pequenos cocos que geram dois tipos de óleo com diversas aplicações, representam uma solução multifacetada para desafios ambientais e econômicos.

A capacidade da macaúba de se desenvolver em terras degradadas torna-a uma aliada na recuperação dessas áreas, ao mesmo tempo em que desempenha um papel crucial na preservação da Amazônia, evitando novos desmatamentos.

O potencial da macaúba vai além da produção de biocombustíveis, abrangendo subprodutos valiosos, como proteínas vegetais, ração animal e produtos cosméticos. Além disso, sua contribuição para a geração de créditos de carbono destaca-se como um importante benefício adicional, destacando o papel vital dessa palmeira na busca por práticas mais sustentáveis nas indústrias de aviação e agricultura.

Diante dessas características estratégicas, pesquisadores, empresas e organizações ambientais estão otimistas quanto ao papel transformador da macaúba na descarbonização de setores-chave, consolidando-a como uma esperança significativa para um futuro mais sustentável.

A pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Simone Fávaro, explica: “Mesmo sem melhoramento genético, consegue-se produzir cerca de 4 mil quilos de óleo por hectare”. Já a soja produz 500 quilos de óleo por hectare.

Um estudo conduzido pela Atrium Forest a pedido da WWF Brasil em 2022 revelou que a macaúba tem a capacidade de suprir a demanda crescente por biodiesel de maneira sustentável, sem a necessidade de mudança no uso da terra ou redução do rendimento das pastagens.

Em comparação com o dendê, a produtividade da macaúba é similar, porém, sua vantagem reside na adaptação ao solo e clima variados do Brasil, podendo ser cultivada em pastagens degradadas para auxiliar na recuperação do solo. Enquanto isso, o dendê, de origem africana, é restrito a ambientes quentes e úmidos, exercendo pressão sobre a Amazônia, onde sua produção brasileira é concentrada.

Sérgio Motoike dá mais detalhes sobre como a Macaúba pode ajudar na recuperação de pastagens degradadas, sendo mais eficiente do dendê. “A diferença [entre dendê e macaúba] é a exigência hídrica. Você consegue produzir a macaúba em lugar onde não dá o dendê. E o grande problema deste último é que, em razão da necessidade mundial de óleo, cresceu muito a produção e de forma impensada. E nós ficamos reféns disso, porque não há substituto para o óleo de dendê – a não ser a macaúba, agora”, explica.

Yuri Orsen, diretor de novos negócios da Acelen Renováveis, adiciona: “Ela tem alta produtividade de óleo, que é o que precisamos para avançar com combustível renovável. Com uso eficiente da água, do solo, é perene no Brasil e apta a regiões mais secas, ajudando na recuperação da biodiversidade e com impacto social e econômico positivo. Pode ser solução sustentável e eficiente a longo prazo para a grande demanda que é imaginada”.

Fonte: Um Só Planeta

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