ESG em foco (Foto: Instagram)

Empresário João Araújo destaca sustentabilidade como eixo central da gestão corporativa

Relatório da EY aponta ESG como principal preocupação de investidores e CEOs

A discussão sobre os critérios ESG deixou de ser um tópico periférico para se tornar o elemento central na estratégia de companhias que operam em setores intensivos em recursos naturais. No Brasil, onde a indústria extrativa desempenha um papel crucial no PIB, esse debate ganha complexidade. É nesse cenário que a gestão do empresário João Araújo, à frente da Mineração Buritirama, ilustra um movimento de mercado que busca conciliar eficiência produtiva com responsabilidade territorial.

A pressão por essa mudança é baseada em dados concretos de risco e capital. Segundo o relatório anual “Top 10 Business Risks and Opportunities for Mining and Metals”, elaborado pela consultoria global EY, as questões ambientais, sociais e de governança ocupam consistentemente o topo das preocupações de investidores e CEOs do setor nos últimos anos. O estudo aponta que o capital global está migrando para operações que conseguem comprovar transparência e baixo impacto negativo, transformando o ESG de uma “vantagem competitiva” para uma “licença para operar”.

Alinhado a essa tendência global, João Araújo defende que a sustentabilidade não pode ser um projeto isolado, mas uma construção diária. “Não existe operação sustentável sem organização e sem diálogo com quem está no entorno. ESG não é um selo, é uma forma de conduzir o negócio”, afirma o executivo.

Na operação localizada no sudeste do Pará, a estratégia da companhia foca em mitigar a dependência econômica exclusiva da atividade mineral. O “S” do ESG materializa-se em investimentos em educação, capacitação e infraestrutura comunitária. A lógica é criar um ativo social que permaneça após o fim do ciclo do minério.

“A mineração tem prazo, o desenvolvimento não pode ter”, argumenta Araújo. “Quando uma empresa atua em uma região, ela precisa deixar algo que permaneça. Educação e oportunidades são os pilares mais sólidos.”

No âmbito ambiental e de governança, a organização passou por reestruturações para atender ao rigor do mercado internacional. A adoção de fontes de energia renovável e a revisão de processos para redução de impactos dialogam diretamente com a exigência de compradores globais por cadeias de suprimentos mais limpas.

Simultaneamente, a reestruturação dos controles internos e processos decisórios visa garantir a previsibilidade do negócio em um setor cíclico, sujeito a oscilações de commodities. Para o empresário, a visão de que o ESG é apenas um centro de custo é ultrapassada: “Sustentabilidade bem feita reduz riscos, melhora processos e aumenta a resiliência da empresa no longo prazo”, conclui João Araújo.

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