Chocolate amazônico chama atenção (Foto: Pixabay)

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Chocolate amazônico é alternativa artesanal e sustentável e atrai olhares do exterior

Pará se destaca na produção de chocolate e já soma mais de 50 marcas

Na região amazônica, o chocolate fino surge como uma sinfonia de sabores, feito exclusivamente com a amêndoa integral do cacau – os nibs e sua manteiga -, adicionado de maneira sutil ao açúcar, sem vestígios de leite ou aditivos artificiais.

Tucumã, cupuaçu, banana frita, pimenta-murupi, açaí, bacuri e flocos de tapioca são apenas alguns dos ingredientes exóticos que conferem textura e sabor a essa iguaria. Com essa receita, o chocolate amazônico conquista paladares tanto no Brasil quanto no exterior, ganhando terreno no mercado internacional.

O Brasil produz 280 mil toneladas de cacau anualmente, com o Pará contribuindo com 150 mil toneladas. Metade do cacau brasileiro vem do Pará, impulsionando a produção de chocolates artesanais na região. Os produtores acompanham todas as etapas, desde a colheita do cacau até o produto final.

Com todo o protagonismo nesse processo, o estado vem superando a Bahia na produção de cacau e tornando-se líder na disponibilidade de produtos embalados. Isso foi evidenciado nos recentes eventos do Chocolat Festival em Belém, onde centenas de produtores paraenses, incluindo uma significativa porção de Medicilândia, na região de Altamira, se destacaram. Medicilândia é agora reconhecida como a maior produtora de cacau no Brasil, consolidando ainda mais a posição do Pará na indústria do chocolate.

Mercado internacional

O mercado internacional de chocolate está crescendo devido ao compromisso com a sustentabilidade na produção de cacau, atraindo chocólatras e investidores. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações de chocolate atingiram US$ 142 milhões no ano passado, o valor mais alto em uma década, com um volume de 36,1 mil toneladas em 2022.

Os encantos do chocolate amazônico têm atraído a atenção de “caçadores” estrangeiros em busca de chocolates raros – como Helen Lopes, uma venezuelana estabelecida em Madrid e proprietária da Pecado, uma boutique de chocolates finos que oferece barras com preços que podem chegar a até R$ 150. “O Brasil é o único país do mundo que, além de cultivar cacau, faz chocolate para o seu próprio consumo, doce e divertido”, define ela.

Segundo Marco Lessa, o criador do Chocolat Festival, atualmente existem mais de 300 marcas de chocolate de origem no Brasil. O evento acabou de expandir suas edições para Portugal. Na recente edição, mais da metade das marcas presentes eram da região amazônica. Todas essas iniciativas na floresta compartilham um foco em sustentabilidade, regionalidade e na divulgação da cultura e gastronomia amazônicas.

Em dez anos, as duas marcas de chocolate que existiam no Pará se transformaram em mais de 50. “Isso só ocorre porque existe um exército de mulheres fazendo chocolate. Muitas delas viajaram 24 horas vindas do interior do estado para se apresentar e comercializar seus chocolates na capital. O resultado do terroir amazônico, mais frutado, sustentável, saudável”, finaliza.

Fonte: Estadão Conteúdo

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