No Brasil, a riqueza dos elementos sol, vento e água se converte em uma vantagem expressiva na geração de energia limpa. Segundo dados recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em 2023, uma marca histórica foi alcançada: 93,1% de toda a energia produzida no país derivou de fontes renováveis.
Além disso, houve um significativo declínio nas emissões de carbono. O Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou em 2023 a menor taxa dos últimos 11 anos: apenas 38,5 kg de dióxido de carbono (CO2) por megawatt/hora (MWh) gerado, evidenciando um compromisso ambiental notável e uma trajetória de sustentabilidade energética no Brasil.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca o uso de energia renovável como uma vantagem estratégica para a indústria brasileira. Além de causarem menor impacto ambiental, as matrizes renováveis são economicamente mais viáveis, o que se reflete no preço final da produção.
Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, ressalta que uma matriz energética diversificada é um diferencial significativo, garantindo maior estabilidade e segurança para o setor industrial.
“O Brasil se encontra na vanguarda da transição energética, com elevada participação de fontes renováveis na matriz energética, e segue em uma trajetória sustentável, ampliando e diversificando, cada vez mais, o uso dessas fontes renováveis”, declara ele.
Energia renovável em 2023
No último ano, fontes renováveis, como parques eólicos, fazendas solares, hidrelétricas e usinas de biomassa, geraram 70.206 MWmed de energia, conforme dados da CCEE. Enquanto isso, fontes não-renováveis, incluindo termelétricas fósseis, alcançaram 4.844.2 MWmed.
Hidrelétricas mantiveram a liderança na produção de energia, gerando quase 50 mil MWmed, representando 70% da produção nacional. Energias eólica e solar combinadas geraram mais de 13 mil MWmed, com um aumento de 23,8% em relação ao ano anterior, impulsionado pela entrada de novas usinas no Sistema Interligado Nacional, elevando a capacidade instalada para mais de 42,6 mil MW.
O presidente da CCEE, Alexandre Ramos, reflete: “É importante destacar o crescimento acelerado das fazendas solares e da energia eólica. A capacidade instalada dessas fontes já supera a potência equivalente a três usinas de Itaipu”.
Mercado Livre de Energia
Segundo a Sondagem Especial da CNI, 78% das indústrias brasileiras dependem principalmente da energia elétrica, seguida por óleo diesel (4%), gás natural (4%), lenha (3%) e bagaço de cana (2%).
O mercado livre de energia, onde os consumidores personalizam contratos com fornecedores e escolhem fontes geradoras, promete impulsionar o setor elétrico sustentável em 2024. A migração para esse mercado pode gerar economia média de 15% a 20% na conta de luz, conforme a CNI. A abertura do mercado livre para clientes do Grupo A, incluindo grandes indústrias e estabelecimentos comerciais de grande porte, é uma das propostas previstas para este ano, de acordo com a Aneel.
“Nos próximos anos, a abertura do mercado livre de energia para toda a alta tensão deve impulsionar ainda mais a demanda por energias renováveis. O consumidor final e as indústrias de alta tensão poderão escolher de quais fontes querem comprar o seu fornecimento de energia elétrica e, certamente, muitos vão optar por fontes renováveis que, além do cuidado com o meio ambiente, possibilitam a busca por preços ainda mais competitivos”, completa Alexandre Ramos.
Fonte: Agência de Notícias da Indústria