Comida (Foto: Freepik)

Confira!

Você desconta suas emoções na comida? Entenda o que está por trás disso

Segundo a Organização Mundial da Saúde, Brasil lidera casos de compulsão alimentar no mundo

Já aconteceu de você atacar a geladeira depois de um dia difícil, como se estivesse tentando aliviar o estresse com comida? Esse comportamento, conhecido como comer emocional, é mais comum do que parece e ainda pode trazer sérias consequências à saúde. No Brasil, esse problema é tão recorrente que o país ocupa o topo do ranking mundial de Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 4,7% dos brasileiros sofrem com o TCA, quase o dobro da média global. Mas não se trata apenas de um apetite descontrolado ou vontade de doces. A pessoa pode continuar comendo mesmo sem fome, chegando a sentir desconforto físico. E, ao contrário do que se imagina, não são só alimentos gordurosos ou açucarados que entram nessa equação — qualquer comida pode virar uma válvula de escape.

O que leva alguém a comer de forma compulsiva?

A origem desse comportamento é multifatorial. De um lado, há questões fisiológicas: o descontrole nos níveis de hormônios como a leptina, grelina e colecistoquinina, que regulam a saciedade e a fome, influencia diretamente no padrão alimentar. Do outro, as dietas restritivas que prometem resultados rápidos acabam inflamando o organismo e favorecendo episódios de compulsão.

Além disso, o comer emocional está profundamente ligado ao nosso histórico afetivo com a comida. Desde a infância, associamos determinados pratos a momentos felizes — como a sobremesa favorita da avó ou os salgadinhos da festa de aniversário. Por isso, em momentos de angústia, é comum recorrer a esses alimentos como forma de buscar conforto.

O problema começa quando a comida vira o principal refúgio emocional. Isso pode gerar um ciclo vicioso: a sensação de prazer dura pouco e dá lugar à culpa. Essa culpa, por sua vez, eleva os níveis de cortisol — o hormônio do estresse — que, em excesso, estimula a vontade de comer carboidratos de rápida absorção. Com o tempo, o corpo passa a funcionar em desequilíbrio, reforçando o comportamento compulsivo.

Como sair desse ciclo?

Controlar o comer emocional não é fácil, mas é possível com algumas mudanças simples na rotina. Veja algumas dicas:

  • Organize suas refeições: Prepare porções menores e evite deixar comidas à vista. Sirva-se longe da mesa e coma com atenção, sem distrações.
  • Prefira alimentos anti-inflamatórios: Invista em itens ricos em fibras, antioxidantes e vitaminas. Evite ultraprocessados, que inflamam o organismo e favorecem a compulsão.
  • Mantenha uma frequência alimentar: Comer em intervalos regulares ajuda a evitar picos de fome e reduz a chance de exageros nas grandes refeições.
  • Busque outras fontes de prazer: Em vez de recorrer à comida em momentos difíceis, tente caminhar, ouvir música, conversar com alguém ou praticar técnicas de respiração.

Lidar com as emoções de forma saudável e consciente pode ser um passo importante para quebrar esse padrão e recuperar o equilíbrio com a alimentação.

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