“Os energéticos são consumidos para melhorar o desempenho físico, aumentar o estado de alerta ou espantar o cansaço, mas podem trazer riscos significativos à saúde do coração”, alerta a cardiologista Dra. Juliana Filgueiras Medeiros, da Universidade São Judas Tadeu.
Apesar de parecerem inofensivos, os efeitos colaterais dessas bebidas — especialmente quando ingeridas em excesso ou com frequência — incluem aumento da pressão arterial, batimentos cardíacos acelerados, arritmias, dores de cabeça, ansiedade, insônia e, em casos extremos, até parada cardíaca. “Se a pessoa tem algum problema cardíaco, é muito ansiosa ou sofre com insônia, o ideal é evitar completamente”, orienta a médica.
A razão? A alta concentração de cafeína — que pode variar entre 80 e 160 mg por lata, a depender da marca — e compostos como a taurina, que estimulam o sistema cardiovascular. “Isso pode desencadear desde taquicardias até a chamada ‘síndrome do coração partido’”, afirma Juliana.
Entre os grupos que mais devem evitar o consumo estão:
- Pacientes com doenças cardíacas (hipertensos, arritmias, insuficiência cardíaca);
- Pessoas com transtornos de ansiedade ou distúrbios do sono;
- Crianças e adolescentes (pelo risco de dependência e desenvolvimento do sistema nervoso);
- Gestantes e lactantes (pela passagem da cafeína para o bebê);
- Idosos (que podem apresentar tontura, arritmia ou instabilidade da pressão).
“Tomar energético pode parecer algo inofensivo, mas o uso crônico sobrecarrega o coração, o fígado e interfere no sono. A pessoa entra num ciclo vicioso: dorme mal, sente cansaço e busca mais energético para se manter alerta”, explica a médica. Além disso, o açúcar presente em muitas dessas bebidas pode contribuir para ganho de peso e risco de diabetes.
Juliana ressalta que o consumo diário pode gerar dependência e sintomas de abstinência como dor de cabeça, irritabilidade e dificuldade de concentração. “O ideal é que, se for tomar, seja com moderação, em situações específicas e, principalmente, sem misturar com álcool.”