A rotina alimentar de Thomas Sheridan, de 35 anos, é composta essencialmente por duas fatias de pão branco, cereais com leite e balas de goma. Natural de Liverpool, na Inglaterra, ele nunca provou frutas, legumes, verduras ou qualquer tipo de carne. “Nunca comi frutas, verduras, legumes e carne”, afirmou ao New York Post.
O simples pensamento de consumir alimentos considerados comuns, como um sanduíche, é suficiente para provocar reações físicas intensas. “A ideia de comer me dá uma sensação horrível”, contou. “Eu vomito só de pensar em comer um pouco de fruta ou vegetal.”
Em 2023, Thomas foi diagnosticado com transtorno alimentar restritivo e evitativo (TAAR), uma condição de saúde mental que impede o indivíduo de comer uma variedade de alimentos por conta de aversões sensoriais ou experiências traumáticas associadas à comida. Ele não conhece o sabor nem a textura da maioria dos alimentos e afirma que se sente enjoado apenas ao imaginar certos pratos.
Dependente de uma dieta extremamente limitada, Thomas complementa sua alimentação com suplementos de proteína e vitaminas, tentando minimizar os danos causados pela falta de nutrientes. Ele ainda nutre o desejo de, um dia, sentar-se à mesa com a família e compartilhar um ensopado de carne.
“Não estou vivendo no momento, estou apenas sobrevivendo. Quero viver uma vida normal e poder ir trabalhar sem me sentir um monstro. Isso fechou tantas portas para mim”, desabafou.
A aversão de Thomas surgiu ainda na infância. Segundo seus pais, até os 18 meses de vida não havia indícios de comportamento alimentar fora do padrão. Nascido com 4 kg, ele teve um desenvolvimento normal até que, subitamente, passou a recusar qualquer comida que não fosse do seu agrado. “Um dia eu simplesmente fiquei quieto”, lembrou ele.
A tentativa de reverter o quadro incluiu visitas a médicos e estratégias equivocadas. Um profissional chegou a sugerir que os pais de Thomas, Tom, de 65 anos, e Sheila, de 59, o deixassem passar fome até aceitar outros alimentos — tentativa que fracassou. O pai também tentou suborná-lo com presentes, sem obter êxito.
Embora tenha passado por tratamentos com antidepressivos, os medicamentos não surtiram o efeito esperado. Atualmente desempregado, Thomas tenta arrecadar dinheiro por meio de uma campanha de financiamento coletivo para custear sessões de hipnoterapia, uma das alternativas que enxerga como esperança para tentar mudar sua relação com a comida.