Bebê (Foto: Reprodução)

Entenda os sinais da alergia à proteína do leite de vaca em bebês

Muitas vezes confundida com intolerância à lactose ou desconfortos comuns da infância, a APLV exige atenção redobrada e diagnóstico preciso para garantir o bem-estar dos pequenos.

“A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma das reações alimentares mais comuns na infância”, afirma o Dr. Júlio Cezar Boaventura, pediatra do AmorSaúde. O problema costuma aparecer ainda nos primeiros meses de vida e pode provocar sintomas como vômitos frequentes, cólicas intensas, diarreia com sangue, dermatites e até dificuldade no ganho de peso. Por ter sinais parecidos com outras condições comuns da infância, como cólicas e refluxo, a APLV costuma ser confundida ou subestimada pelos cuidadores, o que atrasa o diagnóstico.

A principal diferença entre APLV e a intolerância à lactose está na causa: enquanto a alergia envolve uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite de vaca, a intolerância é provocada pela dificuldade de digerir o açúcar do leite, a lactose. “A APLV pode desencadear reações severas mesmo com pequenas quantidades do alimento, ao contrário da intolerância, que é mais comum em crianças maiores e adultos”, explica o médico. Condições como doença celíaca ou inflamações intestinais também podem gerar sintomas semelhantes.

O diagnóstico da APLV é essencialmente clínico, feito com base nos sintomas e na história da criança, além da exclusão de outras causas. Uma vez identificada a alergia, o tratamento exige a exclusão total do leite de vaca e seus derivados da dieta. Em bebês amamentados exclusivamente, isso também se aplica à dieta da mãe, já que traços da proteína podem passar pelo leite materno. “É preciso ficar atento a ingredientes como caseína, soro do leite ou whey”, alerta o especialista.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 65 a 75% dos casos tendem a desaparecer até os quatro anos de idade, mas o acompanhamento com o pediatra é fundamental. “Jamais se deve reintroduzir a proteína do leite por conta própria. A supervisão médica é necessária para evitar reações graves e garantir um crescimento saudável à criança”, orienta Boaventura. Em casos em que o bebê não é amamentado, fórmulas hipoalergênicas são indicadas, enquanto as de soja só devem ser usadas com recomendação profissional.

A atenção aos rótulos, o cuidado com a alimentação fora de casa e o acompanhamento constante com o médico são atitudes fundamentais durante o tratamento. “Com diagnóstico precoce e cuidados adequados, é possível controlar bem o quadro e promover qualidade de vida ao bebê”, afirma o especialista. Mesmo diante de sinais sutis, a orientação é buscar avaliação médica o quanto antes. Afinal, aquele choro insistente pode ser muito mais do que apenas cólica.

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