Sono (Foto: Freepik)

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Saúde

Confira!

Dormir no mesmo horário todos os dias ajuda na saúde do corpo, diz estudo

Regularidade do sono mostra efeitos positivos mesmo entre pessoas que já usam medicação

Manter uma rotina consistente para dormir pode trazer benefícios diretos à saúde cardiovascular. Evidências recentes indicam que adotar um horário fixo para ir para a cama ajuda a reduzir os níveis de pressão arterial em pessoas com hipertensão, inclusive durante o período noturno.

Uma análise publicada recentemente avaliou a regularidade do sono como estratégia complementar no controle da pressão arterial. Os resultados apontaram que a constância no horário de dormir exerce influência positiva sobre o organismo, independentemente do uso de medicamentos para hipertensão.

O trabalho acompanhou adultos de meia-idade diagnosticados com pressão alta. Durante a primeira semana, os padrões habituais de sono foram monitorados. Na etapa seguinte, cada participante escolheu um horário específico para dormir e manteve essa rotina por duas semanas, sem cochilos ao longo do dia.

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Não houve orientação para aumentar ou reduzir a quantidade total de sono. A única exigência envolveu a regularidade. Antes da intervenção, a variação média do horário de dormir chegava a cerca de 30 minutos entre uma noite e outra. Após o ajuste, essa diferença caiu para aproximadamente sete minutos.

A mudança refletiu diretamente nos indicadores de saúde. Todos os participantes apresentaram redução da pressão arterial, com queda média de 4 mmHg na pressão sistólica e 3 mmHg na diastólica. Durante a noite, os números foram ainda mais expressivos, alcançando diminuição de 5 mmHg na sistólica e 4 mmHg na diastólica. Esses resultados se mostraram comparáveis aos efeitos obtidos com prática regular de atividade física ou redução do consumo de sal.

Uma diminuição de 5 mmHg na pressão arterial noturna está associada a uma redução superior a 10% no risco de eventos cardiovasculares. Metade dos participantes apresentou queda suficiente para indicar uma mudança fisiológica positiva.

A explicação sugerida aponta para o impacto da irregularidade do sono sobre o sistema circadiano, responsável por regular tanto o ciclo sono-vigília quanto funções cardiovasculares. Alterações frequentes no horário de dormir podem desorganizar esse sistema e favorecer o aumento da pressão arterial.

Dados adicionais indicam que atrasos recorrentes no início do sono elevam de forma significativa o risco de hipertensão. Pequenas variações diárias já se mostram suficientes para influenciar negativamente a saúde do coração.

Próximos passos

Apesar do número reduzido de participantes, os resultados foram considerados promissores. A regularização do horário de dormir representa uma intervenção simples, de baixo custo e baixo risco, com potencial para complementar tratamentos já existentes contra a hipertensão.

Outras análises ampliaram a discussão ao avaliar a relação entre distúrbios do sono e pressão alta. Evidências indicam maior probabilidade de hipertensão entre pessoas que convivem simultaneamente com apneia do sono e insônia.

A pressão arterial elevada pode estar associada a diferentes fatores, como obesidade, estresse, doenças renais e padrões irregulares de sono. Entre esses elementos, a combinação de apneia do sono com insônia apareceu como o fator de risco mais relevante para hipertensão não controlada.

A apneia do sono envolve interrupções repetidas da respiração durante a noite, com redução de oxigênio e fragmentação do sono. A insônia, por outro lado, se caracteriza por dificuldade persistente para adormecer, despertares frequentes ou acordar antes do horário desejado.

Uma pesquisa com quase 4.000 adultos de meia-idade avaliou pressão arterial e padrões de sono por meio de exames domiciliares. Os participantes foram divididos entre pessoas sem distúrbios do sono, com insônia, com apneia do sono e com ambas as condições.

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Entre os resultados, 4,5% das pessoas com insônia isolada apresentaram pressão alta. O índice subiu para 7,9% no grupo com apneia do sono e alcançou 10,2% entre quem convivia com as duas condições.

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