Câncer de pele (Foto: Reprodução)

Câncer de pele (Foto: Reprodução)

Saúde

Como identificar sinais de câncer de pele?

Doença pode ser silenciosa e agressiva, reforçando a importância do autoexame e do diagnóstico precoce

O que parecia ser uma simples pinta virou um susto para a atriz Flávia Monteiro. Ela precisou passar por uma cirurgia após ser diagnosticada com melanoma, um dos tipos mais agressivos de câncer de pele. “Achei que fosse uma pinta, mas era um melanoma. Tive que fazer uma operação”, revelou.

O caso dela serve de alerta. Segundo o oncologista Dr. Ramon Andrade de Mello, do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil, o melanoma é menos comum que outros tipos, mas extremamente perigoso. “O melanoma maligno avançado é uma doença muito agressiva, historicamente com prognóstico ruim, possuindo alto risco de metástase se não for identificado precocemente”, explica.

Apesar da gravidade, a maioria dos casos de câncer de pele no Brasil envolve tumores não melanoma, como o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide, que são mais frequentes e têm maior chance de cura quando tratados a tempo.

Sol sem proteção é vilão!

O maior fator de risco? Exposição solar sem proteção adequada. “A exposição solar desprotegida é realmente preponderante para o desenvolvimento do câncer de pele. Isso é especialmente preocupante no Brasil, onde a incidência de radiação solar é muito elevada”, alerta o oncologista.

Além do sol, fatores genéticos, histórico familiar e o próprio fototipo de pele aumentam o risco.

Prevenir é melhor que tratar

A dermatologista Dra. Claudia Marçal, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, reforça que a fotoproteção deve ser um hábito diário. “É necessário aplicar protetor solar com, no mínimo, FPS 30 todos os dias, reaplicando a cada duas horas se estiver ao ar livre, e a cada quatro horas em ambientes fechados”, orienta.

Ela ainda destaca que o sol deve ser evitado entre 10h e 16h, quando os raios são mais fortes. “Prefira sempre a sombra nesse período”, aconselha.

Autoexame pode salvar vidas

O câncer de pele, em geral, é silencioso. “Porém, pode se manifestar através do desenvolvimento de alterações da pele, como sinais e pintas desproporcionais”, observa o Dr. Ramon.

O autoexame é essencial, especialmente para quem tem pele clara, muitas pintas, histórico de câncer na família ou já sofreu queimaduras solares na infância. “Quando feito corretamente, ele pode elevar as chances de cura para mais de 90%”, destaca a Dra. Claudia.

O ideal é realizá-lo uma vez por mês, em um local bem iluminado, na frente do espelho. “Examine rosto, couro cabeludo, orelhas, pescoço, tórax, braços, mãos, costas, nádegas, pernas, região íntima, tornozelos e pés — inclusive entre os dedos”, ensina.

O sinal de alerta segue a regra do ABCD:

  • A – Assimetria
  • B – Bordas irregulares
  • C – Cores variadas
  • D – Diâmetro maior que 6mm

“Além disso, qualquer lesão que coce, sangre, doa ou cresça rapidamente deve ser avaliada”, complementa a dermatologista.

Quando procurar um médico?

Percebeu algo estranho? O próximo passo é a consulta médica. “A dermatoscopia é um dos principais exames para avaliar lesões suspeitas, mas é a biópsia que confirma o diagnóstico”, esclarece o Dr. Ramon.

Se confirmado o câncer, o tratamento pode envolver cirurgia, imunoterapia, quimioterapia ou terapias-alvo — estas últimas consideradas avanços recentes na oncologia. “As terapias-alvo localizam os alvos celulares e os manipulam para impedir o desenvolvimento dos tumores”, explica.

Por isso, fique atento à sua pele. Como alerta Flávia Monteiro: o que parece ser apenas uma pinta, pode ser algo muito mais sério.

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