O lançamento da série sobre a vida de Ayrton Senna reacendeu a curiosidade dos fãs sobre os últimos momentos do tricampeão de Fórmula 1. Nos anos finais de sua vida, Senna morava em uma luxuosa mansão no Algarve, em Portugal, onde viveu ao lado de sua companheira, Adriane Galisteu, por três anos até sua morte em 1º de maio de 2004.
A propriedade, que foi vendida há quase uma década por 10 milhões de euros (hoje cerca de R$ 70 milhões), era descrita como um refúgio para o piloto. Com muros altos e portões protegendo o local, Senna buscava paz e privacidade, mesmo diante da presença constante de fãs em frente à residência. A mansão, construída em um terreno de 10.500 m², incluía seis quartos, sete banheiros, uma quadra de tênis, campo de futebol, campo de golfe privativo e uma piscina aquecida com painéis solares.
Vizinho de Senna, um dos moradores do local relatou que o piloto costumava passar horas relaxando nos jardins e à beira da piscina, sempre acompanhado de sua cachorrinha Kinda. A rotina pacata contrastava com a adrenalina das pistas e refletia o desejo de equilíbrio em sua vida pessoal.
Adriane Galisteu, parceira de Senna na época, revelou detalhes do cotidiano e dos planos do casal no livro “O Caminho das Borboletas”, publicado em 1994. Ela compartilhou momentos como o pedido de casamento e o sonho de construir uma vida juntos. No relato, destaca o impacto especial que a cidade de Angra dos Reis tinha sobre o piloto: “Angra tinha um poder curativo sobre ele. Angra grau zero de adrenalina”, escreveu.
Poucos meses antes do trágico acidente em Ímola, o casal planejava permanecer em Portugal durante toda a temporada europeia. “Era uma bagagem e tanto. A ideia era essa: acompanhar com ele todos os cinco meses da temporada europeia”, relembrou Adriane em entrevista recente ao videocast Ticaracaticast.
Na mesma entrevista, a apresentadora revelou sonhos que Senna deixou por realizar. “O Ayrton morreu sem realizar três grandes sonhos: correr na Ferrari, conhecer a Disney e ter um filho”, contou. Galisteu recorda que insistia para que ele realizasse o sonho de visitar a Disney: “Eu dizia: ‘Bora para Disney!’… Mas ele sempre falava: ‘Calma que eu tenho que fazer não sei o quê’”.
Os detalhes de sua vida em Portugal e os planos interrompidos por sua morte precoce revelam um lado humano e reservado do ídolo, eternamente lembrado por sua genialidade nas pistas e os sonhos que ficaram por realizar.