Confira!

Carnaval e neurodiversidade: Como adultos com TEA e TDAH podem aproveitar a festa com conforto e segurança

Especialistas alertam sobre desafios sensoriais e compartilham estratégias inovadoras para uma experiência mais inclusiva

Com a chegada do Carnaval, milhões de brasileiros se preparam para curtir a folia, mas para adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a festa pode representar um grande desafio sensorial. Sons altos, multidões e luzes intensas podem desencadear desconforto, ansiedade e sobrecarga sensorial, tornando essencial um planejamento adequado para aproveitar o evento sem prejuízos à saúde mental.

Dr. Matheus Trilico (Foto: Divulgação)

O neurologista Dr. Matheus Trilico, referência no atendimento a adultos com TEA e TDAH, alerta que os estímulos intensos do Carnaval podem ser desgastantes. “O excesso de barulho e movimentação pode gerar crises de estresse e exaustão, mas estratégias simples podem tornar a experiência mais tranquila e prazerosa”, afirma.

Dicas para um Carnaval mais confortável

Tecnologia como aliada

• Aplicativos como Calm e Headspace podem ajudar no relaxamento com meditações guiadas.

• O SoundPrint permite identificar locais com menor poluição sonora para pausas estratégicas.

Kit de sobrevivência sensorial

• Protetores auriculares reduzem o impacto do som e minimizam o risco de sobrecarga auditiva.

• Óculos escuros ou com lentes de transição ajudam a controlar a sensibilidade à luz.

• Uma pulseira de identificação com contatos de emergência pode garantir mais segurança.
Atividades físicas adaptadas

• Prefira blocos com ritmos mais leves e menos agitação.

• O carnaval yoga, que mistura posturas de yoga com batidas carnavalescas, pode ser uma alternativa interessante.

Zonas de descompressão

• Identifique locais mais tranquilos próximos ao evento para pausas regulares.

• Técnicas de “microrrecuperação”, como exercícios respiratórios a cada 30 minutos, ajudam a evitar crises de ansiedade.

Rede de apoio e comunicação

• Criar um grupo no WhatsApp com amigos de confiança para check-ins periódicos pode trazer mais segurança.

• Para pessoas com dificuldades visuais associadas, apps como Be My Eyes oferecem suporte remoto.

O Papel dos Organizadores na Inclusão

Além das adaptações individuais, organizadores de eventos podem tornar o Carnaval mais inclusivo ao criar espaços acessíveis para pessoas neurodivergentes. Algumas iniciativas incluem:

• Áreas sensoriais com iluminação suave e volume reduzido.

• Mapas informativos indicando os níveis de estímulo em cada local.

• Treinamento de equipes para melhor acolhimento de neurodiversos.

Preparação é a Chave

“Com estratégias adequadas, o Carnaval pode ser uma experiência positiva e acessível para todos”, reforça o Dr. Matheus Trilico. O essencial é respeitar os próprios limites e, se necessário, buscar orientação profissional para criar um plano personalizado para a folia.

Este site utiliza e armazena cookies.