Estilo de vida saudável (Foto: Instagram)

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Lifestyle

Confira!

Saiba como manter hábitos saudáveis em cada etapa da vida

Especialistas em clínica médica, pediatria e geriatria compartilham orientações práticas para adotar rotinas mais saudáveis desde os primeiros anos até a terceira idade.

Manter-se hidratado, dormir bem e praticar atividades físicas não são apenas recomendações comuns — são, na verdade, atitudes fundamentais para o bom funcionamento do corpo e da mente. Segundo o médico clínico Último Libânio da Costa, hábitos simples fazem toda a diferença no dia a dia. “A atividade física não deve ser considerada apenas como lazer, mas como uma necessidade fisiológica, assim como se alimentar ou dormir.”

Um levantamento realizado pela Faculdade de Medicina da USP em parceria com a Universidade Harvard reforça essa ideia. O estudo revelou que cerca de 114 mil casos de câncer e 63 mil mortes causadas pela doença no Brasil poderiam ser evitados anualmente com a redução de cinco fatores de risco: sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool, alimentação desequilibrada e obesidade.

Ainda de acordo com Libânio, uma das maiores barreiras ao autocuidado é a falta de tempo. “De fato, a vida está corrida para todos. Por isso mesmo, é fundamental estabelecer prioridades — e a saúde deve ser a principal delas. Uma estratégia eficaz para incorporar hábitos saudáveis à rotina é fazer mudanças graduais, um passo de cada vez, buscando motivação nos resultados obtidos. Assim, é mais fácil conquistar mais disposição física e mental para enfrentar os desafios do dia a dia”, explica.

Entre as recomendações do especialista estão: alimentação balanceada, hidratação frequente, sono de qualidade, controle do estresse, evitar cigarros e bebidas alcoólicas e manter uma rede de apoio social. “O autocuidado é essencial. Ter um passatempo prazeroso, como ler, assistir a um filme ou cozinhar, também contribui para a saúde e a qualidade de vida”, conclui o especialista.

Cuidados desde a infância

A infância é uma fase crucial para criar bases sólidas de saúde. O pediatra cooperado da Unimed-BH, Bruno Damião, reforça a importância do equilíbrio entre brincadeiras, sono e alimentação adequada. “Crianças pequenas devem ter contato com espaços abertos que estimulem o movimento e a interação com o ambiente”, orienta. Ele recomenda ainda que as crianças durmam cedo e acordem com o nascer do sol, tenham uma rotina alimentar saudável e pratiquem atividades físicas supervisionadas ao menos três vezes por semana.

Damião alerta que problemas de saúde como obesidade, diabetes e hipertensão, antes restritos a adultos, têm surgido cada vez mais cedo. “A construção de hábitos saudáveis desde cedo permite que os pequenos se desenvolvam de forma plena e fiquem protegidos dessas doenças, que são resultado de agressões diárias ao organismo e que se acumulam ao longo do tempo”, explica.

Um ponto de atenção importante é o uso excessivo de telas pelas crianças. “Os próprios adultos já enfrentam dificuldades com o uso excessivo de dispositivos digitais. Nas crianças, esse impacto é ainda maior, já que elas não têm maturidade suficiente para filtrar o conteúdo e perceber o que é benéfico ou prejudicial”, alerta.

Esse contato precoce com a tecnologia pode gerar problemas emocionais e físicos. “Crianças constantemente expostas podem apresentar irritabilidade, ansiedade, depressão, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade. Além disso, a luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, prejudicando o sono”, observa o pediatra.

E mais: o sedentarismo e os padrões estéticos irreais nas redes sociais afetam a relação das crianças com a comida e o corpo. “Isso acontece tanto pela inatividade física quanto pela influência de padrões estéticos irreais propagados nas redes, para os quais a criança ainda não tem preparo emocional”, destaca.

Por isso, ele recomenda um limite de tempo de tela conforme a faixa etária. “Até os dois anos, o ideal é que não haja nenhum contato com telas. De dois a cinco anos, no máximo uma hora por dia, com supervisão. De seis a dez anos, até duas horas; e dos 11 aos 18 anos, no máximo três horas por dia. Para os adultos, o recomendado também é limitar o uso entre quatro e cinco horas diárias”, conclui.

Envelhecer com saúde

Chegar à terceira idade com autonomia e disposição é um dos grandes objetivos quando se trata de envelhecimento saudável. Alimentação equilibrada, sono de qualidade e atividades físicas regulares ajudam a prevenir doenças e manter o corpo funcional.

A geriatra cooperada da Unimed-BH, Bárbara Correa, ressalta que o convívio social também é essencial nesse processo. “Manter laços de amizade e sentir-se parte de um grupo contribui significativamente para a saúde mental e emocional, ajudando a envelhecer com mais qualidade de vida. O contato social fortalece o senso de pertencimento e propósito, elementos essenciais para um envelhecimento saudável. Além disso, previne doenças como depressão e ansiedade, e proporciona estímulos cognitivos que favorecem a preservação das funções cerebrais. Atividades em grupo — familiares, entre amigos ou na comunidade — promovem prazer, bem-estar e ajudam a evitar o isolamento e a solidão”, destaca.

Ela também orienta sobre a importância dos exercícios físicos específicos para idosos. “Muitos idosos não foram habituados a esses cuidados ao longo da vida, o que torna a mudança de hábitos mais desafiadora. Alguns não percebem a necessidade dessas práticas e resistem a adotá-las. No entanto, insistir no início faz toda a diferença. À medida que os benefícios aparecem — como maior disposição e alívio de dores —, torna-se mais fácil manter a regularidade. Com apoio e pequenas adaptações, é possível alcançar um envelhecimento mais saudável e ativo”, conclui a especialista.

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