Isabelle Lobão Argello (Foto: Azul Joias Brasil)

Isabelle Lobão Argello (Foto: Azul Joias Brasil)

Lifestyle

Joia sintética e sustentável se torna alternativa ao diamante e ganha destaque

Mirando nessa ascensão do interesse por alternativas ao diamante natural, Azul Joias Brasil vem faturando milhões com pedra sintética

Em um mercado de luxo cada vez mais pressionado por critérios ESG (ambientais, sociais e de governança), uma nova categoria de ativos começa a chamar atenção: as joias sustentáveis. Um exemplo de adesão ao movimento é a Azul Joias Brasil, startup fundada em outubro de 2023 que criou uma pedra sintética exclusiva, a Azulight™, com brilho semelhante ao do diamante minerado, mas com valor até 100 vezes mais acessível. Em menos de 12 meses, a empresa já faturou R$6 milhões e atraiu uma base fiel de consumidores, incluindo celebridades como Isabella Santoni, Mia Mamede e Camila Rodrigues.

Ao lado da moda circular e dos cosméticos veganos, estas joias representam um novo olhar sobre consumo e investimento — mais alinhado aos valores de uma geração que questiona a origem dos produtos e o impacto ambiental das escolhas pessoais.

Durante décadas, o diamante minerado foi visto como investimento sólido, símbolo de status e herança familiar. No entanto, dados da consultoria Bain & Company apontam que os diamantes naturais enfrentam uma desvalorização constante desde 2011 — tendência agravada nos últimos três anos pela popularização dos diamantes de laboratório e alternativas tecnológicas.

Segundo o relatório Global Diamond Industry 2023, o preço dos diamantes naturais caiu cerca de 18% no último ano, enquanto os sintéticos ganharam participação no mercado global, especialmente entre consumidores de 20 a 40 anos.

“A ideia de que uma pedra precisa ser rara e minerada para ter valor está mudando. Sustentabilidade, tecnologia e propósito passaram a pesar na decisão de compra — e de investimento”, comenta Carlos Ikehara Júnior, co-CEO da Azul Joias.

Embora ainda não se compare a ativos tradicionais como ações, fundos imobiliários ou ouro, as joias sustentáveis começam a ser vistas como formas de consumo patrimonial. Além do valor estético, elas representam consciência ambiental, inovação e um discurso social que ressoa entre públicos mais jovens e conectados.

“Nossos clientes não compram apenas uma peça. Eles compram uma narrativa. Eles querem estar alinhados com um estilo de vida em que o luxo seja acessível, responsável e inteligente financeiramente”, comenta.

O mercado de pedras sintéticas no Brasil e no mundo

● Segundo a Allied Market Research, o mercado global de diamantes cultivados deve atingir US$49 bilhões até 2030.

● O Brasil ainda representa uma fatia pequena desse total, mas startups como a Azul Joias têm potencial para ampliar o acesso e educar o consumidor sobre essa nova categoria.

Além disso, os canais digitais e a presença de influenciadores têm acelerado essa transformação. Marcas que apostam em atendimento personalizado, presença em redes sociais e storytelling emocional conquistam não apenas compradores, mas verdadeiros defensores da marca.

O que considerar antes de investir em joias sustentáveis

1. Origem e certificação da pedra: verifique se há registro internacional e se o processo de produção é rastreável.

2. Liquidez: diferente de metais preciosos, o valor de revenda pode ser subjetivo e depender do posicionamento da marca.

3. Narrativa e branding: o valor simbólico cresce quando a peça representa mais do que estética — e isso pode refletir no preço.

4. Capilaridade da marca: startups com presença nacional e expansão planejada tendem a valorizar suas peças ao longo do tempo.

As joias sustentáveis ainda não são ativos convencionais no portfólio de investimentos, mas começam a se consolidar como bens duráveis com alto apelo emocional, simbólico e até comercial. No cenário atual, onde ética e propósito ganham peso, investir em uma peça que une beleza, inovação e responsabilidade pode ser, sim, uma escolha tão sofisticada quanto estratégica.

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