Cueca furada, folgada ou com cheiro estranho não é apenas um problema estético — é também uma questão de saúde. “Quando a peça começa a apresentar desconforto, cheiro persistente ou desgaste visível, como fios soltos e rombos, é hora de aposentar”, alerta o urologista Fernando Facio. A durabilidade varia conforme o tecido, a frequência de uso e os cuidados na lavagem, mas, de modo geral, sinais físicos e sensoriais não devem ser ignorados.
O tecido, aliás, faz toda a diferença. Especialistas recomendam o algodão como o mais adequado por ser hipoalergênico, confortável e permitir ventilação. “Ele ajuda a reduzir o calor e a umidade na região íntima”, explica Facio. Já as fibras sintéticas, como poliéster e poliamida, dificultam a transpiração, aumentam o risco de fungos, irritações e até infecções. Quem busca um meio-termo pode apostar no micromodal, tecido de origem vegetal, mais leve e durável.
A falta de ventilação e o excesso de suor criam um ambiente perfeito para problemas como candidíase, balanite e foliculite. “Os testículos precisam de uma temperatura mais baixa que o restante do corpo — cerca de 22ºC”, lembra Facio. O infectologista Ricardo Kores acrescenta outro alerta: “Após o sexo ou ao urinar, é essencial lavar e secar bem a região, inclusive apertando levemente a base do pênis para evitar que aquele restinho de urina vá direto para a cueca.”
A manutenção também pede atenção. No mínimo, uma cueca limpa por dia. Suou demais, fez exercício ou foi à praia? Troque mais de uma vez. Na lavagem, prefira sabão neutro, evite misturar com outras roupas e jamais seque no banheiro. E se quiser reforçar o combate às bactérias, o ferro de passar é bem-vindo. Conforto, saúde e dignidade começam por baixo.