Entre encontros presenciais e aplicativos de relacionamento, navegar no universo dos dates exige mais do que apenas sorte: é preciso preparo, bom senso e autoconhecimento. De acordo com os psicólogos Carol Tilkian e Thomas Schultz-Wenk, especialistas em relacionamentos consultados pela GQ Brasil, o segredo para um encontro bem-sucedido começa bem antes do primeiro “olá”.
Hoje, com a popularização dos apps, a oferta de conexões é vasta — e esse excesso pode atrapalhar. “Você deve focar no que realmente quer: conectar-se com alguém ou massagear o ego?”, questiona Carol. O funcionamento das plataformas estimula a dopamina e mantém os usuários engajados sem necessariamente promover vínculos reais. O uso consciente, portanto, é essencial.
Ainda assim, para os mais tímidos ou quem busca praticidade, os aplicativos se tornaram uma ferramenta poderosa. Mas é importante estar atento aos riscos: conversas rasas, o famigerado ghosting e a ilusão de que sempre há alguém “melhor” deslizando para o lado. Para minimizar os tropeços, invista em um perfil que conte uma história: fotos viajando, cozinhando, praticando esportes ou exercendo hobbies. Isso abre espaço para conversas mais autênticas, como: “Então você gosta de caminhadas?”.
E aqui vai um lembrete crucial: evite enganar nas fotos. Mostre quem você realmente é — sem exagero nos filtros, poses forçadas ou ângulos irreais. Registros sorrindo, de corpo inteiro, sem boné e em situações naturais ajudam a criar uma imagem verdadeira. “Muitos homens não costumam tirar boas fotos de si mesmos. Vale investir nisso, já que é a primeira impressão que o outro terá”, afirma Carol.
Um detalhe curioso envolve a presença de filhos nos perfis. Segundo a especialista, “é curioso que, nos apps, ter filhos, para o homem, traz uma conotação de ‘olha, sou bom pai’. Para a mulher é o contrário: crianças são consideradas um ponto contra”.
Mas se o app não for sua praia e você prefere encontros ao vivo, tudo bem — desde que saiba se posicionar. A abordagem deve ser respeitosa e leve. Um simples “oi, tudo bem?” costuma funcionar melhor que cantadas prontas. E o mais importante: ao primeiro ‘não’, respeite e siga em frente.
Mesmo quem aposta no presencial pode sentir ansiedade com a ideia de marcar um primeiro encontro. “O que vestir? O que falar? E se eu levar um fora?” são dúvidas comuns. Para esses casos, Thomas recomenda: não existe roteiro certo, apenas a disposição para estar presente e agir com naturalidade.