O chronoworking é um formato de trabalho que permite que o colaborador escolha seus horários com base em seu próprio ritmo biológico. A ideia é que cada pessoa atue nos momentos em que se sente mais produtiva, respeitando seu cronotipo, ou seja, se é mais ativa pela manhã, à tarde ou à noite. Conheça abaixo exemplos da modalidade.
Criado pela jornalista britânica Ellen C. Scott, o modelo ainda não tem regulamentação específica no Brasil, mas já é adotado por empresas como a Everymind e a Homedock. A lógica é simples: flexibilidade de horários com foco em bem-estar, produtividade e retenção de talentos.
Na Everymind, por exemplo, 90% dos mais de 500 funcionários têm liberdade para escolher quando trabalhar, desde que alinhem com líderes e equipes. “Gosto de viajar e posso trabalhar de onde quiser e no meu melhor horário”, conta Laerte Nogueira, que atua em campings e outros locais, seguindo o Anywhere Office.
A Homedock adota o mesmo princípio desde 2013, embora algumas áreas, como logística, mantenham horários fixos. “Pensamos na individualidade de cada um e ajustamos conforme o perfil de cada profissional”, diz Eliane Abreu Pencinato, gerente de gestão.
Saiba o que diz a legislação sobre o Chronoworking
Apesar de ser uma tendência, o modelo precisa respeitar limites da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como jornada máxima de 8 horas diárias e 44 semanais, intervalo de 11 horas entre jornadas e adicional noturno. Empresas podem adotar jornadas flexíveis por contrato, mas mudanças só são válidas com consentimento mútuo e sem prejuízos ao funcionário.
Segundo a pesquisadora Claudia Moreno (USP), o relógio biológico humano varia de pessoa para pessoa, o que explica por que alguns rendem melhor à noite e outros pela manhã. Ignorar isso pode causar privação de sono, afetando saúde, humor e produtividade. “O ideal seria identificar os cronotipos antes da contratação, mas nem sempre é assim que funciona”, aponta a especialista.
Em resumo, o chronoworking representa uma forma mais humana e personalizada de trabalhar, com foco na saúde, flexibilidade e eficiência — desde que respeitados os limites legais.