Ela parece ser sua amiga. Mas, em vez de celebrar suas conquistas, vive diminuindo seus feitos, te “elogiando” com segundas intenções ou disputando atenção o tempo todo. Segundo especialistas, esse tipo de comportamento pode ser indício de algo mais sério do que uma simples competitividade — pode ser uma rivalidade disfarçada de amizade.
“Uma rivalidade saudável é uma coisa. Mas se você tem uma amiga competitiva que parece determinada a ofuscar você ou te derrubar… isso soa mais como uma hater disfarçada do que uma companheira de verdade.”
Essas dinâmicas muitas vezes são alimentadas por inseguranças profundas, aponta Suzanne Degges-White, PhD, conselheira licenciada e diretora do departamento de aconselhamento da Northern Illinois University. “Competitividade nem sempre vem de um lugar malicioso ou de um desejo de ‘ser melhor’”, explica. “Não é tanto que a pessoa quer superar a amiga, mas sim que está tentando provar que é capaz.”
A terapeuta Layne Baker, LMFT, também alerta para os sinais de uma amizade tóxica mascarada de companheirismo. Um dos mais evidentes é quando a amiga constantemente tenta te superar. Não importa o que você diga, ela sempre tem uma história “melhor”. Você está cansada? Ela está exausta. Está treinando para uma maratona? Ela já correu três — sem nem treinar.
Outra atitude comum é o “copiar e colar” — só que com a intenção de fazer melhor. Você entra na pós-graduação e, de repente, ela também quer. Começa a correr? Ela aparece com um personal. O problema, segundo Baker, é que essa repetição não vem de afinidade, mas de uma necessidade de competir em todos os aspectos da vida.
Mais perigoso ainda é quando a competição se transforma em sabotagem. “Ela pode até tentar sabotar seu sucesso ativamente”, afirma Degges-White. Seja desencorajando oportunidades, plantando dúvidas ou te deixando de fora de situações sociais, o objetivo é um só: impedir que você brilhe mais do que ela.
Saber identificar esses comportamentos é essencial para preservar sua autoestima e seu bem-estar emocional. Um dos sinais mais sutis — e cruéis — é o elogio com veneno. Frases como “Nossa, você vai com essa roupa pro jantar? Eu jamais teria coragem!” ou “Ele não faz meu tipo… mas boa sorte pra você!” são disfarces para críticas camufladas de preocupação ou empatia.
Outro indício de alerta é quando ela minimiza suas vitórias. Em vez de celebrar, desdenha. “Ah, mas é só um trabalho.” “Mas ainda é cedo, né?” Esse tipo de comentário pode parecer inofensivo, mas com o tempo mina sua autoconfiança.
“Competitividade nem sempre soa como um ‘Sou melhor que você'”, diz Degges-White. “Quando alguém não quer parecer abertamente ciumento, essas indiretas podem ser uma forma sutil de te fazer sentir inferior.”
No fim das contas, amizades verdadeiras devem trazer leveza, apoio e crescimento mútuo — não desconfiança, tensão e constante comparação. Se você sente que está sendo silenciada, desvalorizada ou usada como parâmetro numa competição que nunca quis participar, talvez seja hora de reavaliar esse laço. Como lembra Baker, “amizade de verdade é aquela que valida, vibra e acolhe — nunca aquela que disputa palco”.