O Studio Ghibli, fundado em 1985 por Hayao Miyazaki, Isao Takahata, Toshio Suzuki e Yasuyoshi Tokuma, consolidou-se como uma referência no cinema de animação ao longo de quase quarenta anos. Com mais de duas dezenas de produções, o estúdio é conhecido por seu estilo de desenho à mão em 2D e histórias ricas em simbolismos. Conhecem um dos seus maiores sucessos, “A Viagem de Chihiro”? Essa história se tornou a primeira animação em língua não-inglesa a vencer o Oscar de Melhor Animação.
Esse legado influenciou estúdios como a Pixar Animation Studios, que se inspirou em diversos elementos das narrativas do estúdio. Desde a criação de personagens femininas em sua animação “Luca”, lançada em 2021 até outros. O filme, dirigido por Enrico Casarosa, acompanha Luca e seu melhor amigo Alberto durante aventuras na Itália, onde conhecem Giulia. No entanto, eles guardam um segredo: são monstros marinhos que vivem sob a superfície.
A história se passa, em grande parte, na fictícia Portorosso, uma cidade inspirada na região de Cinque Terre, na Ligúria, que reúne vilas famosas como Riomaggiore e Manarola. Casarosa explica que Portorosso representa uma mistura das cinco vilas: “Criamos nossa sexta vila. O mais marcante da região é o molho pesto, e tentamos mostrar essa relação da família com o prato, além da vida portuária e da cultura local”, destacou em entrevista ao O Globo.
Entenda os pontos de inspiração
A animação “Porco Rosso: O Último Herói Romântico”, lançada em 1992, também serviu como inspiração. O nome da cidade onde Luca e Alberto vivem remete a esse filme do Studio Ghibli, onde um piloto metade homem, metade porco, enfrenta piratas no Mar Adriático.
Outro ponto de conexão entre “Luca” e as produções do Studio Ghibli é a representação de personagens femininas. Em “Luca”, Giulia se destaca por sua curiosidade e energia, refletindo o perfil de muitas protagonistas do estúdio japonês, como Chihiro de “A Viagem de Chihiro”, Sophie de “Castelo Animado” e San de “Princesa Mononoke”.