O documentário brasileiro “A Era dos Humanos”, apresentado pelo ator e ambientalista Marcos Palmeira, está na seleção oficial do “Raw Science Filme Festival”, de Los Angeles, Califórnia. O trabalho foi selecionado na categoria longa metragem profissional e é a única produção brasileira na sessão. Produzido pelo Grupo Storm, com o apoio Institucional do Greenpeace, o documentário tem roteiro e direção de Iara Cardoso e está disponível no Globoplay em quatro episódios para explicar como os pensamentos, intuições, emoções e sentidos humanos estão por trás das mudanças climáticas.
O “Raw Science Film Festival” é apoiado pela Academia Nacional de Ciências e acontece em 26 de outubro no Wilshire Ebell Theater, em Los Angeles, com a missão de humanizar a ciência e celebrar as melhores
narrativas científicas em todo o mundo. O festival serve como uma plataforma internacional para o documentário que estreou para uma audiência de 30 milhões de pessoas no Globoplay em outubro deste
ano. Além disso, filmes selecionados recebem prêmios de qualificação para o Oscar.
“A Era dos Humanos” investiga temas críticos envolvendo a Floresta Amazônica, como desmatamento, mudanças climáticas, extinções em massa, energias renováveis e o papel crucial dos povos indígenas na
preservação ambiental. Para isso, conta com a participação de cientistas renomados, executivos e influenciadores como Carlos Nobre, membro da Royal Society, Miguel Nicolelis, professor emérito da Universidade Duke, e Thelma Krug, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
A produção apresenta uma emocionante jornada cinematográfica pelos elementos essenciais da vida, como o ar dos rios voadores da Amazônia, o fogo dos incêndios no Pantanal, a água dos recifes de corais em
Abrolhos, Bahia, e a terra dos Canyons do sul do Brasil.
A narrativa segue um voo pelos “rios voadores” da Amazônia, correntes de vapor que criam chuva em diferentes regiões da América Latina. Cientistas alertam sobre a transformação desses “rios voadores” em caminhos para a fumaça de incêndios florestais, com grandes implicações para o aquecimento global.
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O documentário leva à exploração da Amazônia, examinando os vestígios de antigas formações vulcânicas que se encontram sob a maior floresta do mundo. Essas formações vulcânicas, inativas há bilhões de anos,
guardam um segredo: suas erupções desencadearam duas extinções em massa. No entanto, essas estruturas deram lugar a uma força de destruição ainda mais poderosa – a própria espécie humana. Cientistas alertam que até o final deste século, as emissões de dióxido de carbono resultantes das atividades humanas provavelmente excederão as emissões vulcânicas que antes ameaçaram o planeta.
A narrativa leva o espectador ao coração da Amazônia para descobrir a surpreendente relação entre fungos e plantas na região e como essa cooperação subterrânea contribui para a saúde e resiliência do ecossistema
florestal. O documentário mostra uma nova espécie de fungo bioluminescente descoberta na floresta Amazônica Central por Noemia Ishikawa, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA).
A produção também acompanha o estudo de Luiz Aragão, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Sua pesquisa na Amazônia brasileira indica que as florestas queimadas em áreas úmidas perdem, em
média, 17% de sua densidade de troncos. Os impactos persistem por até três décadas, causando efeitos devastadores.