Nesta terça-feira (13), a influenciadora digital Virginia Fonseca prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga a atuação de influenciadores na promoção de casas de apostas e jogos de azar online. Acompanhada de seu marido, o cantor Zé Felipe, a jovem chegou ao Senado pouco antes das 10h45 e iniciou sua participação por volta das 11h24, após comprometer-se a dizer a verdade.
Virginia foi convocada como testemunha e foi questionada pelos senadores sobre os contratos firmados com empresas de apostas. Durante sua fala inicial, ela fez questão de explicar que sempre orientou seus seguidores a jogarem com responsabilidade. “Quando eu posto, sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder. Que menores de 18 anos são proibidos na plataforma. Se possui qualquer tipo de vício, o recomendado é não entrar”, destacou.
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), começou a sessão esclarecendo que a intenção não era expor ninguém, e que, caso fosse necessário, a audiência poderia ser transformada em um depoimento fechado, sem câmeras, para preservar o conforto dos depoentes. “Se a senhora não se sentir bem, a gente pode mudar a forma. Mas fique tranquila, que a senhora será tratada com urbanidade e respeito”, afirmou a senadora.
Soraya também aproveitou para comentar sobre a investigação, mencionando que havia indícios de que influenciadores estariam recebendo comissão sobre a perda dos apostadores. Ela se referiu ao fenômeno como o “caixa da desgraça alheia”, que, segundo ela, representa um problema de saúde pública, afetando a saúde mental e destruindo famílias. “Ninguém ganha das bets, elas existem para ganhar em cima do apostador”, disse.
Virginia, por sua vez, explicou que sempre seguiu as orientações do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) e que, em nenhum momento, sugeriu que seus seguidores apostassem para enriquecer. “Eu sempre deixo claro. Normalmente, eu faço três stories. Em dois, eu falo, e no outro é mostrando como joga e tudo mais. O que for para melhorar, é só passar para mim que eu faço como tiver que ser feito”, afirmou.
A influenciadora também negou veementemente que seu contrato com a empresa Esportes da Sorte envolvesse a famosa “cláusula da desgraça alheia”, que garantiria um pagamento de 30% sobre as perdas dos apostadores. Ela explicou que o contrato estipulava um bônus de 30% sobre os lucros gerados pela empresa, caso ela conseguisse dobrar o lucro da empresa com sua divulgação. No entanto, segundo Virginia, essa condição nunca foi alcançada. “Na época, saiu na internet, eu não pude responder por questão de confidencialidade e apanhei calada. Esse valor nunca foi atingido, nunca recebi um real a mais do que meu contrato de publicidade”, esclareceu.
A influenciadora, que acumula mais de 50 milhões de seguidores nas redes sociais, também revelou que outros contratos publicitários assinados por ela, com empresas de diversos setores, tinham cláusulas de desempenho semelhantes, baseadas em resultados.