Thais Carla voltou aos holofotes ao fazer seu primeiro depoimento televisivo após a cirurgia bariátrica que realizou em abril. Em entrevista ao canal Leo Dias TV, a dançarina e influenciadora digital abriu o coração sobre as mudanças em sua vida e aproveitou para levantar uma discussão séria: a gordofobia estrutural na sociedade e, especialmente, no humor. Uma das declarações mais comentadas foi sobre o humorista Paulo Gustavo, falecido em 2021.
“O Paulo Gustavo era muito gordofóbico. Todo mundo aqui nesse estúdio já foi. Até eu. Ele fazia ironias, achava que era engraçado. Como eu falei, é uma doença banalizada”, afirmou Thais, argumentando que o humor que ridiculariza corpos fora do padrão contribui para a manutenção de estigmas sociais.
A fala, como era de se esperar, gerou uma onda de reações nas redes sociais. Muitos fãs do humorista reagiram com indignação, apontando que Thais foi desrespeitosa ao mencionar negativamente alguém que já faleceu. “Desnecessário falar de alguém que nem aqui está. Provavelmente ele teria uma linda resposta para essa mulher”, criticou um internauta. Outros pediram respeito ao legado do artista: “Respeitem a memória e o talento do Paulo Gustavo”, disse uma seguidora. Apesar da polêmica, Thais manteve seu posicionamento firme sobre o papel do humor na perpetuação da gordofobia.
Em outro momento da entrevista, Thais revelou que a decisão de se submeter à bariátrica não foi motivada por estética nem mesmo apenas pela saúde, mas por sua família. Mãe de duas meninas, Maria, de 7 anos, e Eva, de 3, ela destacou a importância de estar presente e ativa na vida das filhas. “A minha decisão de fazer bariátrica não foi pela estética, não foi pela saúde e, principalmente, pelas minhas filhas”, afirmou. Desde o procedimento, já perdeu cerca de 15 quilos, foi de 170 kg para 155 kg, e continua em um processo de transformação física e emocional.
A dançarina também aproveitou a entrevista para escancarar a realidade das dificuldades enfrentadas por pessoas gordas no dia a dia, longe dos holofotes. “Eu tenho duas princesas em casa, que elas querem a mãe para brincar. É horrível quando você não tem acesso”, desabafou, relatando as barreiras práticas que enfrenta constantemente. “Você vai ao restaurante pensando no quê? No que você vai comer. Eu tenho que pensar na cadeira que eu vou sentar”, exemplificou.
O transporte público também foi citado como um exemplo de exclusão sutil, mas constante. “No ônibus? Já pensou? Ah, será que o motorista vai ser bondoso comigo e eu vou poder ir por trás? Ele vai ser legal?”, refletiu, evidenciando o quanto o preconceito pode estar presente em ações banais e rotineiras.