Recentemente, a cantora Katy Perry chamou atenção ao embarcar em uma viagem ao espaço com uma passagem estimada em R$ 1 milhão. O valor exorbitante reacendeu o debate sobre desigualdade social e os usos alternativos que uma quantia tão alta poderia ter no país. Mas afinal, o que dá para fazer com R$ 1 milhão por aqui?
A resposta: muita coisa. Desde construir casas populares até garantir uma renda mensal estável — tudo depende da forma como o dinheiro é usado.
Quantas casas populares poderiam ser construídas?
De acordo com dados de programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida, o custo médio de uma casa popular gira em torno de R$ 70 mil a R$ 90 mil, dependendo da região e padrão da construção. Considerando uma média de R$ 80 mil por unidade, R$ 1 milhão seria suficiente para construir cerca de:
12 casas populares completas
Isso significa que 12 famílias poderiam sair da situação de vulnerabilidade e ter um lar digno com o valor de uma única viagem de luxo.
E se o dinheiro fosse investido?
Caso os R$ 1 milhão fossem aplicados, o rendimento também não seria nada desprezível — e poderia transformar vidas ao longo do tempo. Vamos ver algumas simulações:
Poupança: renda de até R$ 60 mil por ano
Com a Selic a 12,25% ao ano, o rendimento da poupança equivale a 0,5% ao mês (TR zerada). Isso dá:
- R$ 5.000 por mês
- R$ 60.000 por ano
- R$ 166,67 por dia
Não é o investimento mais rentável, mas tem isenção de IR e liquidez.
CDB ou Tesouro Direto (100% do CDI)
Com rendimento anual próximo à Selic cheia, temos:
- Rendimento diário: R$ 335,62
- Rendimento mensal: ~R$ 10.000
- Rendimento anual: ~R$ 97.671
Nesse caso, o valor renderia quase o dobro da poupança, garantindo uma renda mensal próxima de R$ 10 mil — mais do que o salário médio de 95% dos brasileiros.
LCI/LCA (90% do CDI)
- Rendimento anual: R$ 90.281
- Rendimento mensal médio: ~R$ 7.500
- Vantagem: isenção de imposto de renda
Ótima alternativa para quem busca segurança e quer preservar o valor investido.
Ou seja, a quantia da passagem de Katy Perry tem potencial transformador quando comparada à realidade da maioria dos brasileiros. Não se trata de criticar o luxo em si, mas de refletir: o que mais poderia estar sendo feito com esse dinheiro?