Em uma entrevista emocionante ao programa Fantástico, exibida no último domingo (9), a renomada cantora Roberta Miranda abriu seu coração e compartilhou com o público detalhes dolorosos de sua adolescência, marcada por sofrimento, abandono e violência. A conversa franca com a jornalista Poliana Abritta revelou momentos marcantes que moldaram a trajetória da artista.
Aos 14 anos, Roberta já enfrentava uma convivência conturbada em casa, com um pai alcoólatra que alternava entre carinho e agressividade. “Tudo aconteceu na minha vida a partir dos 14 anos. Meu pai era um alcoólatra e quando ele não bebia, era o homem que eu mais amava, quando ele bebia, ele era a pessoa que eu mais odiava, porque justamente me batia, me jogava para fora de casa, e eu não aguentava mais aquele tipo de humilhação, entendeu? Fui embora sem rumo”, desabafou a cantora.
Sem suportar mais a situação, Roberta deixou o lar e passou a vagar pelas ruas, enfrentando inúmeras dificuldades. Aos 16 anos, enquanto se apresentava em uma casa noturna, viveu um episódio de violência devastadora. “Meteu um revólver na minha cabeça e me estuprou”, revelou, referindo-se a um homem que conheceu na boate, mas cujo nome preferiu não divulgar.
O pesadelo não terminou ali: grávida de cinco meses, ela foi brutalmente agredida pelo mesmo agressor, que a chutou na barriga. “Matou meu filho”, revelou, emocionada.
Durante anos, esses episódios permaneceram em segredo, até que a cantora decidiu compartilhar sua história no livro autobiográfico “Um Lugar Todinho Meu”, lançado no final de 2024. “Essa decisão eu levei muitos anos, quando eu percebi que eu poderia ajudar o meu próximo, no caso a mulher, aí eu tive essa coragem”, explicou Roberta sobre a motivação para escrever a obra.