A novela Vale Tudo, um dos maiores clássicos da teledramaturgia brasileira, ganhará um remake assinado por Manuela Dias e tem estreia marcada para o dia 31 de março, substituindo Mania de Você na faixa das 21h. O folhetim, originalmente escrito por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères em 1988, retorna com uma nova abordagem e um elenco reformulado.
Escalada para interpretar Maria de Fátima, vilã marcante da trama, Bella Campos revelou em entrevista à revista 29 Horas que, apesar de sempre ter ouvido a famosa pergunta “quem matou Odete Roitman?”, nunca soube sua origem até agora. “A pergunta sempre esteve presente na minha vida, desde criança. Quando alguém fazia algo ruim e a gente não sabia quem foi que cometeu o erro, lá em casa essa frase sempre surgia. E eu confesso que nunca havia me questionado sobre a origem dessa questão. Só agora, com todo esse burburinho sobre o remake, acabei descobrindo de onde vem esse meme”, contou a atriz.
Bella também refletiu sobre o impacto cultural da novela e como sua narrativa permaneceu viva no imaginário popular. “Isso mostra a força das novelas na criação de um repertório coletivo. Se essa pergunta resistiu ao tempo e permanece valendo há quase quatro décadas, imagino como ela foi forte para quem vivenciou essa adoração na época em que foi exibida”, analisou.
Além disso, a atriz destacou a evolução da representatividade na nova versão da trama. “Na novela original, os pretos apareciam em lugares muito estereotipados. Só havia dois personagens negros na trama: uma doméstica e um menino ladrão. A proposta agora é trazer a diversidade brasileira para a tela. Ter uma novela das nove com duas protagonistas negras mostra que somos tão capazes, que não é correto sermos relegados a papéis menores”, afirmou.
Por fim, Bella ressaltou que a luta por mais diversidade no audiovisual precisa se estender também aos bastidores. “Isso não aconteceu por acaso. É resultado de muita luta, muita persistência, muita resistência e muito esforço. Agora falta vermos essa mudança de chave acontecer atrás das câmeras. O mercado do audiovisual tem de se abrir também para diretores pretos, para roteiristas pretos. Nós precisamos escrever as nossas próprias narrativas, temos de assumir o comando da maneira de contar as nossas histórias”, concluiu a artista.