Durante uma entrevista descontraída ao podcast Papagaio Falante, Netinho de Paula não economizou nas memórias dos anos 1990 e entregou uma situação inusitada envolvendo o cantor Belo, ainda no início da carreira. “Eu tinha o meu grupo e ele era amigo da maioria do pessoal do meu grupo”, começou Netinho. Em um dos episódios que viveu ao lado do pagodeiro, ele relembrou duas entradas no mesmo show: “A primeira entrada, a casa estava vazia. Não tinha ninguém. Na segunda entrada, estava lotado”.
Foi justamente essa diferença de público entre os horários que revelou a estratégia de Belo. “Ele chegava cedo, mas ele não pedia ‘canja’ na primeira entrada. Ele queria na segunda. E era minha hora de cantar, de tocar as coisas”, contou Netinho, rindo da situação, mas também admitindo o incômodo. “Eu ficava bravo porque ele vinha: ‘ô, deixa eu dar uma canja, deixa eu tocar esse instrumento aí’. Só que ele conhecia todo mundo do grupo, e eu era o mais moleque. Ficava sem jeito: ‘toca aí, cara’. Eu queria matar ele”.
Apesar da confissão bem-humorada e do certo ressentimento de juventude, o cantor fez questão de declarar sua admiração por Belo. “Dava muita raiva, porque ele fazia de maneira estratégica. Mas ele é um orgulho, é uma figura que a gente ama tanto”, afirmou Netinho, encerrando o relato com afeto.
O comentário surgiu enquanto o artista falava sobre o projeto Samba 90, que reúne nomes icônicos do pagode da década, como Chrigor e Márcio Art, com quem Netinho pretende reviver os grandes sucessos que marcaram gerações.