Murilo Couto e outros dois humoristas são barrados no aeroporto e tem show cancelado em Moçambique

Eles fariam show do grupo “Tons de Comédia” na capital moçambicana, mas foram retidos no aeroporto sem explicação oficial

O humorista Murilo Couto foi impedido de entrar em Moçambique neste domingo (20) e teve que cancelar uma apresentação na capital, Maputo. Ele integrava o elenco do espetáculo “Tons de Comédia”, ao lado do angolano Gilmário Vemba e do português Hugo Sousa, também barrados no aeroporto. Entenda detalhes abaixo.

A informação foi divulgada por Gilmário Vemba em uma live pelo Instagram, feita do Aeroporto Internacional de Maputo. “Infelizmente não vamos conseguir fazer o espetáculo”, afirmou o humorista, explicando que os três aguardavam desde as 14h (hora local, 9h em Brasília) a liberação para entrar no país, mas foram impedidos pelas autoridades moçambicanas, sem que os motivos fossem esclarecidos.

O Serviço Nacional de Migração (Senami) de Moçambique foi procurado pela agência Lusa de Portugal, mas não comentou o caso.

Segundo fonte ligada à produção, Murilo Couto, Hugo Sousa e Gilmário Vemba haviam chegado em Maputo por volta das 14h40 locais (9h40 em Brasília), vindos de Luanda, onde haviam se apresentado na noite anterior. Eles estavam acompanhados do agente Pedro Gonçalves, da produtora Showtime.

A apresentação, que seria realizada às 17h no Centro Cultural China Moçambique, estava com ingressos esgotados. O valor das entradas será reembolsado.

Gilmário Vemba já se apresentou anteriormente em Moçambique sem qualquer incidente. No entanto, desta vez, a entrada do trio foi vetada. Dinis Tivane, assessor do político e ex-candidato à presidência Venâncio Mondlane, publicou em sua rede social que o veto estaria relacionado às opiniões de Gilmário. Veja o vídeo abaixo:

Em 8 de julho, Gilmário e Mondlane participaram juntos de um encontro em Lisboa, onde celebraram a expressão “Anamalala” — que em macua, língua falada no norte moçambicano, significa “vai acabar” ou “acabou”. O termo foi usado por Mondlane durante sua campanha nas eleições de 9 de outubro de 2024, cujo resultado ele contesta até hoje. “Anamalala” também dá nome à sigla que o político tenta oficializar: Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo.

Desde as eleições, Moçambique vive um cenário de tensão social, com manifestações convocadas por Mondlane contra a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frelimo, partido no poder. De acordo com organizações independentes que acompanham o processo eleitoral, cerca de 400 pessoas morreram em confrontos com a polícia. A violência diminuiu após dois encontros entre Mondlane e Chapo, realizados em março e maio, com o objetivo de pacificar o país.

Este site utiliza e armazena cookies.