Luiz Felipe Alves (Foto Instagram)

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‘Moço das lancheiras’ desabafa ao ser chamado de herdeiro: “Trabalhava na roça”

Influenciador revela trajetória de superação antes da fama com as famosas marmitas

Luiz Felipe Alves, conhecido como “moço das lancheiras” e “divo da lancheira”, fez um desabafo no X nesta semana após receber comentários nas redes sociais sugerindo que ele seria “herdeiro”. Durante a publicação, ele contou detalhes de sua vida, incluindo o fato de ter sido criado por uma mãe solo, ter trabalhado ainda criança aos oito anos e ter sido expulso de casa ao assumir sua orientação sexual, sendo obrigado a viver nas ruas.

“Fiz muita coisa para sobreviver, inclusive escolhas erradas no início da vida adulta. Até após conhecer o universo drag, me encontrei como maquiador e comunicador. A verdadeira mudança na minha vida só começou a acontecer aos 25 anos. Hoje sou rico e cheio de privilégios? Sim, mas herdeiro nunca fui”, disse Luiz Felipe.

Aos 31 anos, ele conquistou a internet ao mostrar as marmitas que prepara para o marido, Diógenes Renan, nos dias de trabalho presencial. O cuidado com os pratos e o jeito carinhoso do influenciador chamaram atenção dos internautas. “Hoje meu marido trabalha presencial, bora montar a lancheira dele comigo?” é a frase que Luiz Felipe costuma usar em seus vídeos virais.

Confira o desabafo

Acho muito engraçado quando dizem que sou herdeiro. Eu nasci em Porto Rico, uma cidadezinha com menos de 3 mil habitantes no noroeste do Paraná. Minha genitora foi mãe solo aos 19 anos. Durante a minha infância, trabalhava na roça; na minha adolescência atuou como diarista, tudo isso enquanto estava em um relacionamento com um homem viciado em crack e extremamente agressivo. Fui submetido ao trabalho infantil aos oito anos. Precisava trabalhar na roça, cuidar dos animais, entregar leite de carroça na cidade, vender sorvete e tantas outras coisas. A infância, no espaço em que cresci, foi marcada por abusos e muita violência, de todas as formas possíveis, sério, eu apanhei muito.

Aos 16, comecei a trabalhar como montador em uma fábrica de torneiras, a única da cidade. Com 17 fui para Santa Catarina com minha genitora, onde comecei a trabalhar com vendas e comércio. Foi também quando me assumi, e como resultado acabei sendo convidado a me retirar de casa. Muitas vezes fiquei em situação de rua, porque ela me expulsava e, em seguida, me chamava de volta. Ainda com 17 voltei para minha cidade, onde fui submetido a uma terapia religiosa para deixar de ser gay.

Aos 18 retornei para Santa Catarina e precisei começar minha vida do zero, sem nenhum suporte. Trabalhei em diversas áreas: fui vendedor, promotor de vendas, faxineiro, balconista de supermercado, auxiliar de cabeleireiro, atendente em loja de materiais de construção. Fiz muita coisa para sobreviver, inclusive escolhas erradas no início da vida adulta. Até após conhecer o universo drag, me encontrei como maquiador e comunicador. A verdadeira mudança na minha vida só começou a acontecer aos 25 anos. Hoje sou rico e cheio de privilégios? Sim, mas herdeiro nunca fui.

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