A comediante e ex-assistente de palco do The Noite, Juliana Oliveira, denunciou o apresentador Otávio Mesquita por estupro ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A acusação tem como base uma gravação do programa, exibida em 25 de abril de 2016, na qual Mesquita teria tocado os seios e outras partes íntimas da artista sem seu consentimento, mesmo diante de sua resistência.
Segundo Juliana, a situação foi relatada à alta cúpula do SBT antes de sua representação criminal, mas a emissora não teria dado o retorno esperado. “No último trimestre de 2024, ela levou a questão ao conhecimento da emissora, mas não teve a resposta que esperava. Isso adoece a pessoa. E entra o componente racial, a ideia de que o corpo da mulher é público”, afirmou Hédio Silva Jr., advogado da comediante, em entrevista ao Splash UOL.
Defesa da vítima e argumentos jurídicos
O advogado de Juliana destacou que a atual jurisprudência define que “a prática de atos libidinosos configura estupro”, mesmo sem penetração. “A lei passou por reformulação em 2009. O judiciário tem reconhecido o estupro mesmo quando a pessoa não toca na vítima, por exemplo”, explicou.
Hédio Silva Jr. também detalhou os atos cometidos por Otávio Mesquita. “Ele apalpa as nádegas, os seios, simula o ato. Nos primeiros segundos, ela defere tapa, chutes… Quando volta ao palco, a expressão é de descontentamento. O Danilo Gentili chega a falar ‘a Ju está com cara de que não está curtindo, mas ela gosta (…) Está tudo registrado no vídeo”, enfatizou o advogado.