Na manhã desta quinta-feira, 7 de agosto, o influenciador digital Maurício Martins Júnior, conhecido como Maumau, foi preso em casa depois que policiais civis encontraram uma arma calibre 38 no local. A prisão aconteceu no contexto da Operação Desfortuna, que investiga a atuação de criadores de conteúdo na promoção de jogos de azar por meio das redes sociais.
Segundo a polícia, Maumau já era alvo das investigações, e a arma apreendida tinha a numeração raspada. A posse de armamento com identificação adulterada é considerada crime grave, com previsão legal de pena entre três e seis anos de prisão, além de multa. A infração é inafiançável, o que significa que não é possível pagar fiança para responder em liberdade.
Com mais de 3,4 milhões de seguidores apenas no Instagram, Maumau ganhou notoriedade produzindo conteúdo voltado ao público gamer, especialmente com transmissões de partidas do jogo Free Fire. Seu jeito espontâneo e bem-humorado o ajudou a construir uma base sólida de fãs, e seu canal no YouTube soma mais de 1 bilhão de visualizações.
Aos poucos, ele passou a diversificar seus vídeos, mostrando momentos do cotidiano, participando de eventos e colaborando com outros influenciadores. Além do Instagram e YouTube, também mantém presença ativa no TikTok. Em 2023, casou-se com Julya Freitas, também criadora de conteúdo, e recentemente se tornou pai de Maju, nascida em junho.
A Operação Desfortuna tem como alvo 15 influenciadores suspeitos de promover apostas ilegais, como o chamado Jogo do Tigrinho. A polícia aponta que os envolvidos usavam seus perfis em redes sociais para atrair seguidores a plataformas fraudulentas, prometendo lucros garantidos e rápidos. Entre os nomes citados, além de Maumau, estão Bia Miranda e DJ Buarque.
“As postagens realizadas pelos investigados contêm promessas enganosas de lucros fáceis”, afirmaram os agentes, explicando que essas ações funcionavam como fachada para práticas de lavagem de dinheiro. A Polícia Civil também revelou que relatórios do COAF identificaram movimentações bancárias suspeitas que, somadas, passam de “R$ 4 bilhões”.
Imagens obtidas pela coluna de Fábia Oliveira, do Metrópoles, mostram a operação em andamento em imóveis de alto padrão. Em um dos vídeos, agentes aparecem no condomínio Art Life, no Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em outro momento, DJ Buarque conversa com os policiais na porta de casa, enquanto carros de luxo são vistoriados. Também foram feitas buscas na casa de Bia Miranda.
A investigação indica que há uma organização por trás do esquema, com funções bem definidas entre os participantes. Segundo a polícia, trata-se de “uma rede criminosa bem estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada”, o que aprofunda a gravidade das acusações.