Foram 14 anos longe da sensação de ficar em pé e dar passos. Mas, recentemente, Fernando Fernandes, de 44 anos, viveu algo que parecia impossível: usou um exoesqueleto para caminhar novamente após o acidente que o deixou paraplégico.
“Não me lembrava mais como era andar. Depois que eu aprendi a voar, tirei isso da minha mente. A questão do andar não faz parte do meu mundo e nem alimento isso porque não via esperanças”, confessou.
Fernando sofreu um grave acidente de carro em 2009 e, desde então, se locomove com cadeira de rodas. Atleta e apaixonado por esportes, nunca deixou que a condição física fosse um limite — mas admite que a experiência com o exoesqueleto mexeu profundamente com suas emoções.
“Na hora que eu vi o meu movimento, exatamente como eu ando, me causou um espanto. Uau! É possível! Estamos próximos, mas precisamos evoluir mais”, relatou, ainda impactado.
Ele contou que foi ao teste sem grandes expectativas, mas acabou surpreendido.
“Não é parecido com nada que já vivi na vida nos meus últimos anos. Fui muito despretensioso, achando que eu não ia sentir nada e me vi fazendo os movimentos que estavam dormidos dentro de mim. Reacendeu uma chama que tinha apagado”, descreveu.
Animado com as possibilidades, Fernando afirmou que teria um equipamento desses se a tecnologia já estivesse acessível.
“Eu tenho interesse em ter um exoesqueleto para fazer coisas do cotidiano, andar, passear em pé, ver o mundo de uma forma que eu não via mais há muito tempo”, afirmou. E foi além: “Acredito que esse exoesqueleto vai me proporcionar a possibilidade de reencontrar os meus movimentos, de uma forma talvez no começo robótica, mas acredito que o avanço vai buscar o movimento perfeito. Daqui a pouco vou vestir uma calça exoesqueleto que vai fazer com que o canal de transmissão que o meu cérebro e meus membros inferiores não conseguem fazer”, completou.