A atriz Demi Moore revelou que, durante muitos anos, travou uma verdadeira batalha contra o próprio corpo, impondo-se padrões rígidos e, muitas vezes, extremos. Em entrevista à revista People, ela compartilhou reflexões sobre a relação que desenvolveu com a imagem e como isso se transformou ao longo do tempo.
“Eu realmente me torturei. Coisas malucas, como pedalar de Malibu até a Paramount, o que dá cerca de 42 quilômetros. Tudo porque eu colocava um valor enorme na minha aparência. Acho que a maior diferença hoje é que minha preocupação está muito mais voltada para minha saúde como um todo, longevidade e qualidade de vida”, contou.
Atualmente, aos 62 anos, Demi se diz mais conectada com o corpo e com as próprias necessidades. A atriz reconhece que, no passado, adotava uma postura rígida e punitiva consigo mesma. “Antes, eu era extremamente dura e tinha uma relação muito mais antagonista com o meu corpo. E, para ser sincera, eu estava mesmo me punindo. Hoje, tenho uma relação mais intuitiva e tranquila. Confio quando ele me diz que precisa comer, que está com sede. Escuto o que ele me diz — e sinto muito menos medo. Quando era mais jovem, sentia como se meu corpo me traísse. Então eu tentava controlá-lo. Agora, não opero mais a partir desse lugar. É uma relação muito mais alinhada.”
Parte dessa transformação vem de hábitos que priorizam o bem-estar físico e emocional. Demi começa o dia com meditação e escrita no diário, e segue uma alimentação focada em nutrientes, evitando o consumo de carne, mas incluindo ovos. “Acredito que grande parte do bem-estar vem de dentro para fora. E percebi como o sono é importante. Quero dizer, não sou perfeita. Ainda tomo energético. Amo. Mas não muitos. Só um.”
A estrela, indicada ao Oscar, também refletiu sobre o impacto da fama em sua trajetória pessoal. “Me colocou à prova. Não muito diferente do que é retratado em ‘A Substância’ e do motivo pelo qual fizeram da personagem uma atriz. Porque isso me forçou a lidar com questões de autocrítica e falta de valorização pessoal.”
Demi também abordou a questão do envelhecimento e da pressão estética imposta às mulheres maduras. Questionada sobre os cabelos grisalhos, ela afirmou que está aberta a assumi-los em breve. “Eu vejo mulheres com aquele cinza incrível, especialmente quando o cabelo é comprido, e acho deslumbrante. Eu definitivamente faria isso. O meu, por enquanto, tem uns fios brancos espalhados que deixam o cabelo com um tom meio indefinido. Na verdade, só comecei a pintar de verdade lá pelos 55 anos.”
Sobre etarismo, relembrou uma crítica que ouviu sobre manter os cabelos longos após certa idade, mas rebateu com convicção: “Deveria ser sobre o que faz você se sentir bem. Parte disso veio de observar mulheres de uma certa idade cortando o cabelo, quase como se estivessem se neutralizando — e isso nunca fez sentido pra mim.”