O empresário de Claudia Leitte, Fábio Almeida, esclareceu os rumores envolvendo a cantora e Ivete Sangalo, após ambas deixarem de se seguir nas redes sociais. Ele negou que tenha ocorrido qualquer discussão por telefone entre as duas, mas confirmou que Claudia optou por bloquear Ivete.
“Não houve essa ligação. Não houve nenhum contato telefônico entre as duas. Tudo se deu muito no âmbito do desenrolar dessas questões relacionadas ao tipo de movimento que Ivete fez. Como isso vem crescendo, foi uma opção de Claudia bloquear Ivete”, afirmou Fábio em entrevista ao portal BNews.
Ele ainda rebateu outras especulações: “Defendo os interesses de Claudia, mas nunca aconteceu isso [a ligação]. A narrativa aí está como Ivete [sendo] a dona da palavra que bate o telefone na cara dos outros.”
Origem do desentendimento
O conflito entre as duas artistas teria começado após Ivete curtir uma publicação do secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho. O texto criticava Claudia, que é evangélica, por alterar a letra da música Caranguejo (Cata Caranguejo) para não saudar Iemanjá.
No vídeo que viralizou no final de 2024, Claudia canta uma versão adaptada da música original: “Maré tá cheia, espera esvaziar/Joga flores no mar/Saudando a rainha Iemanjá.” Porém, a cantora substituiu a saudação a Iemanjá por: “Maré tá cheia, espera esvaziar/Joga flores no mar/Saudando meu rei Yeshua [nome de Jesus em hebraico].”
Tourinho ressaltou a importância cultural do axé e das religiões de matriz africana em sua publicação: “Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada axé music.”
Ivete curtiu a publicação e reagiu com emojis de palmas, demonstrando apoio ao texto do secretário.
Investigação e pronunciamento de Claudia
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) anunciou que investigaria se a alteração feita por Claudia na música configuraria racismo religioso. Em resposta, a cantora se manifestou durante uma coletiva de imprensa:
“Eu acho que esse assunto é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de forma tão superficial.”
Essa controvérsia continua gerando discussões sobre a relação entre cultura, religião e música, além de evidenciar o impacto das ações das artistas dentro e fora dos palcos.