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Educação

Geração Z: Nem preguiçosa, nem rebelde — só não engole qualquer coisa

Com propósito na bagagem e pouca paciência no bolso, os jovens nascidos entre 1997 e 2012 estão reformulando a lógica do trabalho como conhecíamos.

A Geração Z chegou ao mercado de trabalho com um recado claro: não estamos aqui apenas por um contracheque. Em vez de estabilidade e carreira linear, eles querem significado, flexibilidade e alinhamento ético. E não estão dispostos a esperar uma década por isso.

“86% dos jovens da Geração Z consideram que ter um senso de propósito é essencial para a satisfação no trabalho”, revela uma pesquisa global da Deloitte de 2024. E mais: “44% afirmam que rejeitariam propostas de empresas que não se alinham com seus princípios éticos.”

Sim, eles mudam de emprego com frequência. Mas não por desleixo — é por coerência. “49% da Geração Z abandonariam seus empregos em até dois anos caso os valores da empresa ou o equilíbrio entre vida pessoal e profissional não estivessem alinhados com suas expectativas.”

As prioridades mudaram. Eles valorizam o aprendizado constante, a liberdade de horários e a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar. 72% já pensaram em largar empregos que não ofereciam políticas flexíveis, segundo o LinkedIn. E muitos foram além: largaram mesmo.

Não é à toa que o modelo híbrido se espalhou — e até os Boomers e Gen Xers aderiram. O que parecia “frescura” virou tendência.

Mas não pense que eles são menos ambiciosos. Só têm pressa. “70% da Geração Z espera ser promovida em até 18 meses”, segundo a Ripplematch. O tempo da internet é o tempo deles: tudo agora, tudo ao mesmo tempo.

E quando não encontram o que buscam no trabalho formal, criam seus próprios caminhos. 41% mantêm trabalhos paralelos — os famosos side hustles — como alternativa às carreiras tradicionais.

Só tem um porém: as expectativas são altas, e a realidade nem sempre acompanha. Apenas 35% da Geração Z se sentem engajados no trabalho. E o estresse já é parte do pacote — 40% dizem se sentir estressados o tempo todo ou na maior parte do tempo.

A boa notícia? Eles estão forçando o mercado a evoluir. A má? Ainda há muito líder tentando lidar com eles como se estivéssemos em 1999.

No fim das contas, não é que a Geração Z queira menos. Eles só querem diferente. E estão dispostos a bater a porta, mesmo sem plano B, se o “normal” parecer insuportável.

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