Educação (Foto: Freepik)

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Estudo revela quantos anos Brasil precisará para superar desigualdades na educação

Análise indica avanços insuficientes e diferenças persistentes entre grupos raciais, faixas de renda, gêneros e regiões

O Brasil pode levar mais de 15 anos para eliminar desigualdades raciais e socioeconômicas na conclusão do Ensino Médio caso o ritmo de avanços da última década permaneça inalterado. A constatação faz parte de estudo divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Todos Pela Educação.

A análise utiliza dados da Pnad Contínua, do IBGE, e considera como referência a conclusão do Ensino Fundamental até os 16 anos e do Ensino Médio até os 19 anos.

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A taxa nacional de conclusão do Ensino Médio passou de 54,5% em 2015 para 74,3% em 2025. Apesar da melhora, um em cada quatro jovens ainda não finalizou a Educação Básica. Cerca de 400 mil estão fora da escola devido a fatores como trabalho e desinteresse.

As disparidades permanecem evidentes quando analisados raça, renda, gênero e região. Entre jovens pretos, pardos e indígenas, 69,5% completam o Ensino Médio. Entre brancos e amarelos, o índice chega a 81,7%. Caso a diferença continue diminuindo no mesmo ritmo, a equiparação entre os grupos será atingida em aproximadamente 16 anos.

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No recorte socioeconômico, 60,4% dos jovens mais pobres concluem o Ensino Médio, enquanto o percentual entre os mais ricos alcança 94,2%. A equiparação prevista pode levar cerca de duas décadas. As regiões também apresentam contrastes marcados: o Sudeste registra as maiores taxas de conclusão no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, enquanto o Norte mantém os índices mais baixos.

A pesquisa destaca ainda desigualdades relacionadas ao gênero. A taxa de conclusão entre homens é de 70,2%, abaixo dos 78,5% registrados entre mulheres. Homens aparecem com maior frequência entre os que deixam a escola para trabalhar ou por falta de interesse. Mulheres enfrentam obstáculos como trabalho doméstico e maternidade precoce.

O estudo ressalta que a soma de fatores como raça, gênero e renda amplia ainda mais as distâncias, com homens jovens, pobres, pretos, pardos e indígenas apresentando os menores índices de conclusão. Segundo Manoela Miranda, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, “O Brasil avançou, mas ainda em ritmo insuficiente para garantir o direito à conclusão da Educação Básica a todos”.

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