O Ministério da Educação anunciou a criação do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), uma nova prova obrigatória para todos os alunos que estão se formando em medicina. A avaliação será aplicada anualmente, já a partir de 2025, e busca medir a qualidade dos cursos oferecidos no país, além de servir como critério para ingresso em programas de residência médica.
Segundo o MEC, quem não fizer a prova não poderá se formar. A primeira edição está marcada para outubro e deve contar com a participação de cerca de 42 mil estudantes. Os resultados devem ser divulgados em dezembro.
Como funciona o exame?
O Enamed seguirá a mesma matriz do Enare (Exame Nacional de Residência), organizado pela Ebserh, e terá 100 questões objetivas. O conteúdo abrange todas as áreas fundamentais do currículo médico: clínica geral, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, pediatria, saúde mental, medicina da família e comunidade, e saúde coletiva.
Médicos já formados também poderão fazer a prova para disputar vagas de residência médica, desde que se inscrevam no Enare.
Precisa pagar para participar?
A participação no Enamed é gratuita para estudantes que não pretendem utilizar o resultado para o Enare. No entanto, quem quiser usar a nota na seleção da residência médica precisará pagar a taxa de inscrição do Enare — que na última edição custava R$ 330, com possibilidade de isenção conforme edital.
As inscrições estão previstas para começar em julho.
Como o MEC vai usar os resultados?
As notas obtidas no Enamed vão embasar as ações de uma comissão interministerial que analisará a qualidade dos cursos de medicina no Brasil. Essa comissão terá representantes do MEC, Ministério da Saúde, Conass, Conasems, entidades médicas e instituições de ensino.
O grupo será responsável por propor atualizações nas diretrizes curriculares, incorporar novas tecnologias (como a inteligência artificial) e ajustar a formação médica aos desafios do mundo pós-pandemia.
Avaliação também na metade do curso
Além do Enamed, o MEC planeja criar uma segunda prova para aplicar na metade do curso de medicina. A ideia é corrigir falhas durante a formação, e não apenas no final. Ainda não há prazo definido para a implementação dessa nova etapa.