(Foto: Internet)
Educação

A eterna construção das palavras: o trabalho invisível por trás dos dicionários

Mesmo com os avanços da tecnologia, a atuação dos lexicógrafos continua essencial para manter os dicionários vivos, atualizados e alinhados às transformações da linguagem.

A elaboração e atualização de dicionários são tarefas que atravessam milênios e permanecem indispensáveis para a preservação da linguagem. Desde o primeiro registro de um dicionário na antiga Mesopotâmia, por volta de 2.600 a.C., até os complexos sistemas digitais de hoje, o objetivo continua o mesmo: organizar e compreender o uso das palavras em uma determinada sociedade.

Com o avanço da tecnologia, especialmente a internet e a inteligência artificial, os métodos de trabalho foram transformados. Ferramentas digitais e bancos de dados dinâmicos permitem que novas palavras sejam detectadas e inseridas com mais agilidade. No entanto, como explica Mauro de Salles Villar, diretor do Instituto Antônio Houaiss, o papel do lexicógrafo segue sendo vital para validar, contextualizar e registrar os vocábulos corretamente.

A seleção de novos termos é feita com base em critérios rigorosos. O uso frequente da palavra em meios não especializados, como jornais e revistas, é um dos principais fatores que definem sua inclusão nos dicionários. Villar ressalta que áreas como medicina e química possuem centenas de milhares de termos, mas a limitação de espaço — mesmo no digital — exige escolhas cuidadosas sobre o que entra ou fica de fora de cada edição.

Enquanto os dicionários físicos ainda têm valor no ambiente escolar, o digital tornou-se o principal formato de consulta e atualização. No caso do Dicionário Houaiss, o processo de atualização é contínuo, ocorrendo diariamente, inclusive aos fins de semana. Isso mostra que, mesmo num mundo hiperconectado, a essência da lexicografia permanece viva: acompanhar o pulso da língua para que ela continue sendo compreendida, usada e celebrada.

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