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Roteiro de 4 dias no Jalapão/Tocantins

Cada Pegada uma História

VIAGEM

Jalapão: tudo o que você precisa saber antes de ir

Fervedouros, cachoeiras e natureza de um jeito que você nunca viu

Famoso por seus fervedouros, o Jalapão, região localizada no Tocantins, ganha cada vez mais popularidade. Veja aqui tudo o que você precisa saber antes de começar a planejar sua viagem.

O Jalapão é uma viagem que estávamos planejando desde os primórdios da pandemia e finalmente, em maio de 2023, conseguimor ir para comemorar o meu aniversário!

O Jalapão fica há 300 km de Palmas e não é uma cidade, mas sim uma região que engloba os municípios de Novo Acordo, Ponte Alta, Mateiros e São Félix.

Quando ir

A época de seca no Jalapão vai de maio até setembro, porém o ideal é ir de maio até julho, quando a umidade está mais alta e a região mais verde. Em agosto e setembro o calor é bem maior.

Como ir

O Jalapão fica localizado no estado do Tocantins, então é preciso voar até a cidade de Palmas para iniciar o passeio.

Passagem

Fomos pela cia aérea LATAM e trocamos as passagens de ida e volta por pontos. Considerando nós 2, utilizamos 20.000 pontos e pagamos R$ 122,80 de taxas.

Onde ficar

Como o passeio no Jalapão se inicia em Palmas às 7h da manhã e retorna para Palmas às 19h no último dia, nos hospedamos na cidade no dia que chegamos e um dia antes de ir embora.

Antes de ir, nos hospedamos no Ibis Palmas Avenida JK (1 diária): R$ 228,00.

No dia da volta, nos hospedamos no Mac Hotel (1 diária): R$ 277,00.

O que fazer em Palmas

Como passamos a primeira e última noite em Palmas, não nos restava muito tempo para fazer grandes coisas, a não ser comer.

Dona Maria Beach

Nos indicaram o restaurante Dona Maria Beach que fica à beira do Rio Tocantins, onde o pôr do sol é lindo e a comida também muito gostosa. Alguns dias tem até música ao vivo, então vale muito a pena!

Gostamos tanto que fomos lá no primeiro e último dia em Palmas, para comemorar o meu aniversário.

O Jalapão

Como dito, ele fica há 300 km da capital, portanto a chegada até lá é feita por vias terrestres.

Há quem arrisque fazer a viagem por conta, porém é importante frisar que as estradas não são tão boas, há muitos trechos longos em estradas de terra (mais de 3h) e somente carros 4×4 conseguem passar.

Nós não quisemos arriscar, até pela comodidade de não ter de buscar por hospedagens em cada cidade e não ter de se preocupar com alimentação. O custo benefício, no final, tende a ser bem positivo.

Agência Buriti Adventure

Fechamos o Roteiro de 4 dias com a agência Buriti Adventure por R$2.430,00 por pessoa. Dentro deste valor estão inclusos:

  • Translado ida e volta Palmas-Jalapão
  • Transporte 4×4 abastecido
  • Motorista guia credenciado
  • Hospedagem em pousadas com ar condicionado, internet, banho quente
  • Alimentação completa, com café da manhã, almoço e jantar (sem bebidas)
  • Serviço de bordo, como doces, paçocas, salgados e mais
  • Água mineral durante todo o passeio
  • Cooler para armazenar bebidas
  • Entrada nos atrativos

Se quiser saber mais ou ver o roteiro de outros pacotes de 3 a 6 dias, clique aqui.

Informações importantes

Não há caixas eletrônicos nas cidades próximas e alguns estabelecimentos não possuem máquinas de cartões, mas todos os que passamos aceitavam pix. Se preferir, leve também dinheiro em espécie para gastos pessoais e/ou compras de artesanatos feitos com capim dourado.

O ideal é não ir com tanta bagagem. O roteiro que fechamos foi compartilhado, ou seja, fomos nós 2 e mais 2 pessoas e o carro comporta até 6 pessoas, onde neste caso, as malas vão na parte superior do carro, amarradas. Como há muitos trechos percorridos de carro e como dormimos cada dia em um local diferente, para evitar que elas sejam danificadas e para facilitar a logística, é preferível que levem mochilas e malas sem serem de rodinha.

Se tiver, leve sapatilhas de neoprene, pois há muitos locais em que elas são bem utilizadas, como trilhas, lagoas e cachoeiras. Se não tiver, em alguns lugares onde ela é indispensável, há possibilidade de locação.

Roteiro de 4 dias

Cada agência tem seu próprio roteiro e seus próprios horários e este que descreverei abaixo é o que nós fizemos, portanto, pode haver variações comparado à outras agências.

Dia 1

O transfer nos pegou no hotel em Palmas às 7h da manhã para iniciarmos a viagem. O trajeto até a primeira parada levou por volta de 4h, mas, no meio do caminho, paramos para abastecer o carro e aproveitamos para dar uma olhada nos comércios que vendiam itens feitos de Capim Dourado.

Restaurante Dona Almerinda

Todos os locais de almoço/jantar já são pré-definidos e pagos junto ao valor do pacote, a não ser pela bebida, que é paga a parte. Todos são muito parecidos, com comidas caseiras e deliciosas, então todos os dias você comerá arroz, feijão, macarrão, legumes, carnes, frangos, salada, farofa, etc.

Achamos muito bacana que eles prezam por ajudar os pequenos restaurantes, de pessoas que moram na cidade. Na nossa visão, isso torna a experiência como um todo muito mais interessante.

Chegamos por volta de 11h próximo a Lagoa do Japonês, então nosso guia sugeriu que almoçássemos primeiro para que às 12h pudéssemos seguir para a Lagoa e pegá-la mais vazia, já que era o horário padrão de almoço das outras agências

Neste dia, almoçamos no Restaurante Dona Almerinda e a comida é bem caseira, o lugar bem aconchegante, com redes do lado de fora para descansar depois do almoço.

Lagoa do Japonês

Após o almoço, seguimos para Lagoa do Japonês e dito e feito: quando chegamos, todos os outros guias que estavam na Lagoa já estavam indo embora, então pegamos ela bem mais vazia. O valor da entrada já estava incluso no pacote que fechamos com a agência.

A Lagoa do Japonês tem o tamanho aproximado de 1 hectare (aproximadamente 10.000 metros quadrados), ou seja, quase do tamanho de um campo de futebol.

Entrando na lagoa

Você pode escolher entrar na Lagoa nadando e explorar ela por todos os cantos ou também é possível pegar um barco que te leva até a parte da gruta com direito a foto, pelo valor de R$15,00 por pessoa, uma opção sem foto por R$10,00 e a opção de ir com um barco de fundo transparente por R$50,00. Na nossa opinião, o barco transparente não vale a pena, porque nem é tão bonito assim.

Escolhemos ir de barco para poder levar bolsa, toalha, celular e câmera e, como o barco te deixa próximo a umas pedras, é possível deixar seus pertences por ali, que ninguém mexe.

A lagoa é funda e não dá pé, então é possível alugar boias de macarrão e colete caso não saiba nadar. Você também pode alugar sapatilhas por R$10,00 cada, que neste caso são indispensáveis, pois as pedras são escorregadias, ásperas e cortantes, então fica bem difícil se locomover. Tome cuidado ao nadar para não bater em nenhuma pedra, pois elas podem machucar. Digo por experiência própria: eu ralei a perna em uma delas e tenho a marca até hoje.

Se tiver, leve também seu snorkel, já que a água é cristalina e a visão debaixo d’água é linda! Nela há pequenos peixinhos que gostam de beliscar, mas não se preocupe, você mal sente.

Há também uma mini caverna, cuja entrada não é recomendada, mas um pessoal ficou curioso e quis entrar. Os guias acompanharam e deram a volta com a ajuda de uma lanterna, mas ainda assim é preciso tomar muito cuidado, pois uma das meninas viu uma cobrinha nadando na frente dela.

O dia estava uma delícia, então deu para aproveitar bastante e ficamos por volta de 3h na lagoa.

Amandinha Cremosinho

No caminho para a próxima parada, conhecemos uma pessoa muito especial que já é bem famosa: a Amandinha.

Ela tem 12 anos e vende cremosinho (conhecido também como gelinho em algumas regiões) e trufas na beira da estrada. É difícil alguém que não queira parar.

Todos os que compram, recebem um bilhetinho escrito por ela e também, se quiserem, recebe uma oração feita por ela e por seu irmão. Guardo os meus bilhetinhos na bolsa até hoje.

Independente da religião em que cada um acredita, aquele momento é especial demais. Chega a arrepiar o tanto de energia boa que ela passa, então se querem um conselho, é esse: se forem para o Jalapão, não deixem de comprar com ela.

Pedra Furada – Pôr do sol

A próxima parada foi para ver o pôr do sol na Pedra Furada. O trajeto, saindo da Lagoa do Japonês, dura aproximadamente 1h30.

A Pedra Furada leva este nome, pois é feita de uma rocha de arenito gigantesca que sofreu ação do vento e das chuvas, formando assim estes buracos no meio dela.

O carro fica estacionado próximo a entrada e é preciso percorrer uma pequena trilha, inclusive de capacete, pois há risco de pedrinhas caírem lá de cima na sua cabeça.

Ao subir, tenha cuidado, pois há bastante colmeias de abelhas por perto. Os guias sempre orientam a não gritar e a não falar muito alto.

Chegamos e o sol já estava se pondo, mas ainda assim conseguimos aproveitar o espetáculo.

Saindo de lá, fomos para o município de Ponte Alta para passarmos a primeira noite e jantar em um local próximo.

Dia 2

O dia seguinte começou cedo e saímos da pousada às 8h, rumo à primeira parada.

Cânion Sussuapara

A primeira parada do dia foi no Cânion Sussuapara. O trajeto levou cerca de 30 minutos.

A trilha para descer até o cânion é tranquila e curta, porém, se tiver, também é recomendado que desça com a sapatilha, pois é escorregadio e cheio de pedrinhas pelo caminho. Se estiver de chinelo, tome cuidado.

Os paredões possuem 12 metros de altura e a água proveniente dele brota o ano todo e até se forma uma pequena cascata ao fundo.

Cachoeira do Lajeado

Dirigindo por mais 17km, mais ou menos 20 minutos, chegamos à Cachoeira do Lajeado.

O caminho para descer até a cachoeira é íngreme e você tem de descer segurando em uma corda. Aqui, a sapatilha também é muito bem-vinda e, se estiver de chinelo, novamente, tome cuidado, pois a terra fica bem escorregadia.

Todas as cachoeiras possuem águas mais geladas, mas não deixe que isso te impeça de entrar. Você pode ficar em cima das pedras, no raso, ou mergulhar para perto da queda de 15 metros.

Prainha do Rio Novo

Andando por mais 1h30 de carro, chegamos até a Prainha do Rio Novo. Ela possui uma longa faixa de areia branca e água transparente. Como estava nublado e ventando, não quisemos entrar na água.

Comunidade Quilombola do Rio Novo

A terceira parada foi a do almoço. No Jalapão ainda existem muitas comunidades quilombolas e as agências aproveitam para levar os turistas até elas, seguindo a mesma ideia de apoiar os produtores e comércios locais.

Em todos estes lugares há lojinhas com coisas de artesanato feitas e vendidas por eles e também um espaço de descanso para deitar nas redes.

Árvore dos desejos e Morro do Saca Trapo

Seguindo o roteiro, dirigindo por mais 15 minutos, paramos na famosa Árvore dos Desejos, que fica localizada em frente ao Morro do Saca Trapo, onde também tiramos a famosa foto em cima do carro.

Neste local há um barzinho muito gostoso, onde você pode sentar e relaxar. Aqui você pode comprar algumas fitinhas para amarrar na árvore e fazer o seu desejo e também a famosa cachaça de jambu, que adormece a boca ao tomá-la.

Dunas

Por fim, como última parada, fomos até às Dunas assistir a mais um pôr do sol.

Andamos por uma trilha pequena, passamos por um riacho e subimos a duna. Este dia estava um pouco mais nublado, mas mesmo assim a energia que o lugar passa é de arrepiar.

Dirigimos por mais 50 minutos até chegarmos no município de Mateiros, onde jantamos e passamos a segunda noite.

Dia 3

Neste dia, se você quiser, por um custo extra, é possível fazer uma trilha pelo Morro do Sereno para ver o nascer do sol. Queríamos muito ter ido, porém o dia amanheceu bem nublado e não íamos conseguir ver nada.

Apesar disso, estávamos muito ansiosos e animados, pois chegou o grande dia de vermos os famosos fervedouros!

Um fervedouro, para os que não conhecem, é um fenômeno natural que faz a água brotar do próprio solo, causando pressão para cima, ou seja, neste exato ponto, como há água sendo empurrada para cima, você tem dificuldade em afundar.

Fervedouro Buritis

O primeiro fervedouro que visitamos foi o Buritis, que fica a 30 minutos da pousada onde estávamos.

Chegamos cedo e já tinha uma fila enorme. A entrada acontece por chegada e a cada grupo de 8 a 10 pessoas (isso varia de acordo com cada fervedouro), por conta disso, cada grupo só pode ficar no fervedouro durante 15/20 minutos.

O Buritis é um fervedouro pequeno e que varia sua coloração entre azul e verde, dependendo do sol. Entrar nele realmente provoca uma sensação esquisita (mas boa), e logo você acostuma.

A água não é tão quente, mas se você for perto e ficar em cima de onde a água é jorrada, realmente é difícil de afundar, porque neste ponto, a areia parece movediça e a sensação é de que você não tem chão, porém mesmo assim, sem apoiar em nada, você não afunda. É muito doido!

Fervedouro do Ceiça

A 20 minutos do primeiro fervedouro fica o Fervedouro Ceiça ou também conhecido como Fervedouro das Bananeiras, exatamente porque a vegetação em volta são plantas de bananeiras.

Aqui, a capacitação máxima também é de 10 pessoas e, se houver fila, o tempo de permanência é de 10 minutos.

Em relação ao fervedouro em si, a sensação que ele causa é exatamente igual ao primeiro: muito relaxante!

Cachoeira da Formiga

Partimos então para outra parada muito esperada por nós, a Cachoeira da Formiga, que foi muito indicada por pessoas que já tinham ido e realmente, é encantadora. Ela fica a 16 minutos do Ceiça, por volta de 10 km.

Nesta aqui também tivemos muita sorte, pois chegamos por volta das 12h, novamente o horário no qual todos os outros guias saíram para almoçar, portanto tivemos ela praticamente só para nós por um tempo.

A queda d’água não é muito grande, mas ela forma uma piscina maravilhosa, de cor azul turquesa e transparente.

É possível nadar, porém devido a força da água, precisa de bastante esforço, mas tome cuidado, pois a correnteza pode te arrastar e te fazer bater em algum dos galhos ou pedras (quase aconteceu comigo rs). Para chegar perto da cachoeira, a melhor forma é mergulhar e ir por baixo da água.

Comunidade Quilombola Mumbuca

Este dia estava um pouco mais nublado e também acabou chovendo, então resolvemos não passar no Fervedouro Buritizinho antes da parada para almoço, na Comunidade Quilombola Mumbuca, porque com a forte chuva a água dele se torna turva e, algumas vezes, ele acaba até fechando.

Sobre a comida, eu não preciso nem comentar, estava boa demais! No Jalapão, para quem gosta de comida caseira, come bem demais!

Aqui também há uma lojinha com venda de produtos de capim dourado feitos por eles.

Fervedouro Macaúbas

Mais 5 km para frente, cerca de 20 minutos, chegamos ao último fervedouro do dia, o Macaúbas. Se tratando dos fervedouros em si, todos são parecidos em relação à sensação que causam e o que muda é o tamanho e algumas vezes, as cores da água.

Para finalizar o dia, fizemos mais uma viagem de 1h30 até São Félix, onde jantamos e passamos a terceira noite.

Dia 4

Último dia de passeios e também o dia de retorno para Palmas, então saímos da pousada às 8h para aproveitar bem o dia.

Rio do sono

A primeira parada foi no Rio do Sono, onde é opcional você fazer o passeio de rafting e de boia cross.

Não fizemos o rafting por ser um passeio longo e fizemos o de bóia cross, que foi divertido demais! Mas sobre isso, temos que dar crédito ao grupo em que estávamos, demos risada do começo ao fim.

Este passeio é pago a parte, R$50,00 por pessoa, mas vale a pena!

Fervedouro do Alecrim

No mesmo local do boia cross, seguindo uma trilha, você chega até o Fervedouro Alecrim, que é diferente por conta da sua coloração: enquanto os outros puxam mais para os tons azuis, este é mais esverdeado e amarelado.

Quando chegou a nossa vez de entrar, estava garoando e eu estava com bastante frio, porém o grupo que saiu logo antes de entrarmos nos avisaram e enfatizaram que este era o melhor fervedouro e que ninguém poderia deixar de entrar.

Mais uma vez, estavam certos. A força da água neste fervedouro era mais forte do que nos anteriores e a sensação de areia movediça também, então a experiência foi totalmente diferente!

Fervedouro Bela Vista

O Fervedouro Bela Vista fica bem pertinho do Alecrim, a 6 km (10 minutos).

Ele é um dos mais bem estruturados fervedouros do Jalapão. Inclusive, se você quiser, é um dos que podem ser visitados à noite.

Cachoeira da Arara

Seguimos então para a Cachoeira da Arara, que fica a 30 minutos do Fervedouro Bela Vista. A água, como nas outras cachoeiras, era bem gelada, mas teve quem arriscou entrar.

Aproveitamos também para almoçar no Restaurante que eles possuem antes de seguir viagem rumo a Palmas novamente.

Serra da Catedral

Antes de encarar as 4h de viagem de volta para Palmas, no caminho, passamos pela Serra da Catedral e paramos para tirar fotos.

O morro possui altura de 180 metros, equivalente a um prédio de 60 andares.

Se quiser, você pode fazer uma trilha até o topo do morro, mas para isso é exigido condicionamento físico. Nós só tiramos foto mesmo.

Afinal, quanto custa ir para o Jalapão?

O valor total para 2 pessoas, 6 dias, sendo 4 dias de passeios: R$ 122,80 (taxas de embarque) + R$4.860 (agência) + R$500,00 (2 dias de alimentação em Palmas e uber) = R$5.482,80
Calculando por pessoa, o valor ficou R$2.741,40.

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