O setor agropecuário brasileiro tem perspectivas bastante positivas para 2025. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nesta segunda-feira uma estimativa de crescimento de 11,4% no Valor Bruto da Produção (VBP), que poderá alcançar a marca de R$1,51 trilhão. Essa recuperação se dá após um cenário desafiador em 2024, quando eventos climáticos e oscilações nos preços afetaram parte das colheitas.
A projeção da CNA destaca principalmente a cultura da soja, que representa a maior fatia do VBP agrícola, com 36,8%. Após quedas na produção no ano anterior, a oleaginosa deve registrar um aumento de 13,6% na produção. Mesmo com a previsão de queda de 3,3% nos preços médios pagos ao produtor, o VBP da soja deve crescer 9,8% em 2025.
Outro destaque é o milho, que ocupa a segunda posição no VBP agrícola, com 17% de participação. A produção do grão deve avançar 7,8%, e os preços, 22,3%. Essa combinação impulsionará ainda mais o faturamento do setor da agropecuária.
A cana-de-açúcar, terceira principal cultura do segmento, tende a apresentar um crescimento mais modesto, com previsão de redução de 1,1% na produção e aumento de apenas 1,5% nos preços, resultando em um aumento de 0,4% no VBP.
No caso do café, tanto o arábica quanto o robusta devem registrar avanços expressivos no VBP, com alta de 52,9% e 84,1%, respectivamente, reflexo direto da valorização dos preços no mercado da agropecuária.
Já a pecuária deve atingir R$508,5 bilhões, o que representa um aumento de 10,3% em comparação com 2024. A principal responsável por esse avanço é a carne bovina, que representa quase metade do VBP pecuário. Mesmo com uma queda de 2,3% na produção, a valorização de 19% nos preços deve impulsionar o VBP da carne bovina em 16,3%.
Esses números reforçam a importância do agronegócio para a economia brasileira, especialmente em um momento de recuperação após oscilações de mercado e desafios climáticos. A CNA ressalta que o VBP considera o faturamento bruto dentro das propriedades rurais, levando em conta os preços médios reais recebidos pelos produtores, corrigidos pelo índice IGP-DI.