A nova safra de café no Brasil está sobrecarregando a infraestrutura portuária, levando a atrasos significativos de navios e “rolagens” de cargas. Esses problemas causaram um prejuízo de R$ 8,991 milhões em setembro apenas para os exportadores associados ao Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), cobrindo custos extras com armazenagem, pré-stacking e detentions.
Este foi o terceiro maior prejuízo financeiro já registrado pela entidade. Devido a esses entraves, 939.494 sacas de café (equivalentes a 2.848 contêineres) deixaram de ser embarcadas, impedindo a entrada de US$ 348,29 milhões (cerca de R$ 1,869 bilhão) em receita para o país.
Diante da situação, o setor exportador pede investimentos urgentes e a ampliação da capacidade de carga nos portos. O Cecafé, juntamente com a Associação Logística Brasil (ABL), cobra agilidade na realização do leilão do Tecon Santos 10, defendendo que ocorra com ampla concorrência.
Há uma controvérsia em relação à proposta da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) de limitar a participação no leilão. Um relatório da unidade de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) considerou essa restrição “ilegal” e contrária aos princípios constitucionais da ampla concorrência, alinhando-se à posição do Cecafé e de outros setores exportadores (como os de açúcar, algodão e celulose), que defendem um leilão irrestrito para melhorar a eficiência logística no Porto de Santos.